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Ford usa dólar futuro a R$ 3,20 para negociações

Presidente comemora desempenho acima da média do mercado e equilíbrio operacional

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A perspectiva de que a cotação do dólar continue a cair começa a balizar negociações de contratos na indústria. Segundo Antonio Maciel Neto, presidente da Ford, a referência utilizada pela montadora para tratar de contratos com seus fornecedores é o dólar na casa de 3,20 reais das transações na BMF para daqui um ano. "Como tem gente comprando e tem gente vendendo dólar futuro por esse valor, estamos usando os 3,20 para negociar", disse Maciel na noite de ontem na confraternização anual da Ford com a imprensa, realizada no Jockey Club, em São Paulo.

Maciel comemorava o fechamento de um ano em que a subsidiária brasileira da Ford, ao contrário da matriz americana, registrou expressivo avanço no mercado. As vendas da empresa no mercado interno estão crescendo 20% em 2002, enquanto o setor permanece estagnado. O lançamento da nova linha Fiesta permitiu à Ford reverter sua situação e iniciar a recuperação de pontos de participação no mercado doméstico -- deve fechar o ano com mais de 11% do bolo de vendas das montadoras. "Podemos crescer ainda mais, porque tivemos apenas meio ano do Novo Fiesta", diz Maciel.

Em fevereiro ou março de 2003, ele espera que a marca ganhe mais um impulso com o lançamento do Ecosport, um utilitário baseado na plataforma do Fiesta. Montado na fábrica de Camaçari, o novo modelo poderá ter vantagem diante dos similares, todos importados. De acordo com Maciel, o Ecosport sairá com índice de nacionalização de 85%. O Focus, sedã médio da Ford fabricado na Argentina, também começa a ter mais condições de concorrer no mercado brasileiro depois que o peso foi desvalorizado.

No mercado externo, o faturamento obtido pela Ford neste ano, da ordem de 540 milhões de dólares, também é 20% superior ao de 2001, enquanto a indústria automobilística brasileira como um todo está faturando 4% menos com a exportação. Para o avanço na frente externa, os acordos com o México foram o fator mais importante, compensando a queda das vendas para a Argentina. O mercado mexicano está respondendo por metade da receita com exportação da Ford.

Além do aumento da receita, Maciel comemora especialmente a melhora da situação financeira da empresa. Depois de um terceiro trimestre duro, com a disparada do dólar e os temores pré-eleitorais que motivaram um declaração pública desastrada do acionista Bill Ford em relação à subsidiária brasileira, o quarto trimestre está possibilitando um alívio. "Já estamos atigindo o equilíbrio operacional", disse Maciel.

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