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Filmes nacionais não 'pegaram' em 2012, diz CEO do Cinemark

Segundo presidente da maior rede de cinemas do país, desempenho das produções nacionais não empolgou, apesar de ser determinante para o crescimento da companhia ano a ano

Cinemark Bradesco Prime, complexo de luxo da rede (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 18h24.

São Paulo - Segundo o presidente do Cinemark, maior rede de cinema do país, o desempenho anual da rede está diretamente ligado à performance dos filmes nacionais. Mas nas palavras de Marcelo Bertini, 2012 estaria "sendo muito fraco" nesse quesito.

De acordo executivo, o mix de filmes internacionais é mais previsível, com nível de aceitação equilibrado e resultados relativamente lineares. Já o desempenho das produções nacionais é capaz de jogar para o alto os resultados de um ano inteiro se os filmes de fato caírem no gosto do público.

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Não por menos, Bertini define 2010 como um marco para o setor. Um dos maiores responsáveis? Tropa de Elite 2, que terminou aquele ano com o título de maior bilheteria da história do país. Foram 102,6 milhões de reais arrecadados e mais de 11 milhões de espectadores.

"A gente ainda tem alguma expectativa com mais três filmes nacionais para ver se dão uma luz ao último trimestre", afirmou o presidente do Cinemark. As produções são "Os Penetras", com Marcelo Adnet, "Até que a sorte nos separe", inspirada no best-seller de finanças pessoais "Casais inteligentes enriquecem juntos", e "Gonzaga - De pai para filho", do diretor Breno Silveira, de "Dois filhos de Francisco".

Nas contas de Bertini, o público do cinema, estimado em aproximadamente 40 milhões de pessoas, deve crescer no máximo 3% em 2012, caso a abertura de novas salas não seja expressiva até o fim do ano.

Em 2010, o Cinemark faturou 540,6 milhões de reais no Brasil e viu seu lucro líquido crescer 50%, chegando a 66 milhões. O desempenho financeiro do ano passado ainda não foi divulgado pela rede, que é uma sociedade anônima de capital fechado.

Brasil como aposta

Com ou sem estreias que alavanquem o número de bilhetes vendidos, o Brasil segue como uma das grandes apostas da americana Cinemark.

Em apresentação aos investidores internacionais, a empresa apontou que a relação entre número de habitantes e idas ao cinema é de 0,7 no país, maior mercado para a companhia na América Latina. No México, essa taxa é de 1,8. Nos Estados Unidos, chega a 3,9.

"A população do México consolidou o hábito de ir ao cinema há 30, 40 anos. Nunca teve nenhum tipo de descontinuidade, como ocorreu no Brasil entre os anos 50 e 80", afirmou Marcelo Bertini. "A partir do momento que os shoppings vão para o interior, a base instalada cresce e as pesssoas passam a ter mais acesso", disse o presidente do Cinemark no país.

O executivo reiterou que o modelo de negócios da empresa é 100% ligado aos centros de compras no país, ao contrário do que acontece nos EUA. Com as capitais apresentando "oportunidades de crescimento limitadas", a empresa aposta agora em um modelo que seja rentável em municípios com menos de 300.000 habitantes.

Marcando presença em 33 cidades brasileiras e contando com 440 salas de projeção, o Cinemark abocanha 32% do mercado, bem à frente das redes GSR (Kinoplex - Severiano Ribeiro), com 12%, e UCI, com 9%. Nos próximos três anos, a empresa quer abrir 20 novos complexos, conceito que combina salas de diferentes tamanhos dentro dos shopping centers.

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