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Fabricante deixará de produzir cápsula biodegradável de Nespresso

A ECC, em batalha judicial com a Nestlé por causa das cápsulas compatíveis com a Nespresso, disse que vai reduzir a produção a quase zero até o fim do ano

Café Nespresso: "Estamos deixando o mercado do formato Nespresso, que é totalmente obsoleto, onde ninguém mais ganha dinheiro" (Nespresso/Divulgação)
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AFP

Publicado em 6 de julho de 2017 às 17h33.

Última atualização em 7 de julho de 2017 às 13h28.

A empresa suíça Ethical Coffee Company (ECC), que disputa o mercado de cápsulas para máquinas Nespresso com a Nestlé, disse nesta semana que vai deixar de produzir o seu formato, biodegradável, que deixou de ser "rentável".

A ECC, envolvida há quase uma década numa batalha judicial com a gigante alimentar por causa de suas cápsulas compatíveis com a Nespresso, disse que vai reduzir a produção do formato "não rentável" a quase zero até o fim do ano.

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"Estamos deixando o mercado do formato Nespresso, que é totalmente obsoleto, onde ninguém mais ganha dinheiro", disse à AFP o fundador da empresa, Jean-Paul Gaillard.

A companhia foi a primeira a desafiar o monopólio da Nestlé nesse setor. No auge, ela produzia 300 milhões de cápsulas do tipo por ano. Agora, eles pretendem fabricar entre 10 e 15 milhões de cápsulas biodegradáveis "apenas para agradar" seus "clientes mais fieis", disse Gaillard.

A ECC vai focar numa "nova geração" ecologicamente correta e mais flexível de cápsulas que vão "fazer pelo mercado de cafés o que o iPhone fez pelo de telefones", prometeu.

Gaillard, que fundou a ECC em 2008 - 10 anos depois de deixar o cargo de CEO na Nespresso -, disse que sua empresa ficou muito abalada pela disputa permanente com a Nestlé, e que também sofreu com os cerca de 100 competidores que seguiram seus passos.

A Nestlé perdeu muitos processos, inclusive um esta semana na Alemanha e outro no fim de maio no Escritório Europeu de Patentes, por violar a patente da ECC usando uma espécie de "arpão" em algumas de suas máquinas para inutilizar as cápsulas de outras companhias.

Gaillard alegou que o formato da Nespresso está esgotado e que todos os fabricantes desse mercado estão padecendo. "Até a Nestlé vai começar a perder dinheiro", disse.

A Nestlé negou veementemente. "Eu posso garantir que o mercado de cafés em cápsulas é uma categoria dinâmica e em expansão e que temos tido crescimento sólido e rentável ano após ano", disse a porta-voz da empresa Katherine Graham à AFP por e-mail.

A Nestlé não divulga dados da Nespresso, mas a agência Bloomberg estima que ela vendeu 4,5 bilhões de dólares em 2015.

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