Nova York - Frustrado com o que descreve como falta de coragem política, um ex-presidente da subsidiária norte-americana da Royal Dutch Shell se coloca sob os holofotes em um novo documentário que abraça a causa dos combustíveis alternativos para automóveis.
O filme "PUMP" (bomba, em inglês) culpa as petroleiras e o que afirma serem táticas de obstrução, assim como a inércia política, por evitarem a adoção abrangente de combustíveis mais baratos e limpos baseados no gás natural e no etanol nos Estados Unidos, a maior economia do mundo.
O ex-executivo da Shell John Hofmeister tem se dedicado a criticar o que diz ser uma dependência imprudente do petróleo e o alto preço da gasolina pago pelos consumidores.
"Temos mais gás natural e petróleo do que jamais iremos precisar" nos EUA, afirma Hofmeister, que chefiou a filial da Shell, na cidade de Houston, entre 2005 e 2008, em uma entrevista à Reuters na quinta-feira.
"A questão é: qual é o preço de todo esse petróleo? Se o petróleo é caro demais para as pessoas comuns... ele abala a economia como um todo".
Para Hofmeister, que é membro do conselho de assessores do grupo sem fins lucrativos Fuel Freedom Foundation (Fundação para Liberdade do Combustível, em inglês), um dos produtores do filme, a solução para os preços altos nos postos seria mudar a regulamentação para permitir que os proprietários de carros modifiquem o motor para poderem usar uma combinação de etanol ou de gás natural ou metanol com gasolina, o chamado "combustível flex".
A extração de óleo de xisto proporcionou nova e imensa oferta de gás natural e de petróleo na América do Norte nos últimos anos.
Tal processo, diz Hofmeister, só custaria algumas centenas de dólares aos consumidores e permitiria o uso de qualquer proporção de etanol e gasolina que se desejasse.
A visão de Hofmeister enfrenta grandes obstáculos. Atualmente, a modificação dos motores a gasolina anula a garantia dos veículos, e o metanol, usado principalmente em carros de corrida devido a seus altos níveis de octanagem, é ilegal para uso em veículos de passeio.
Pior que isso, a infraestrutura para produzir combustíveis baseados no etanol para consumo em massa simplesmente não existe no país, algo que Hofmeister atribui às regulamentações federais onerosas.
"É uma enorme oportunidade de estímulo ao crescimento econômico, porque não temos a infraestrutura para combustíveis alternativos", afirmou. "Nunca houve uma carência de investidores para investir na infraestrutura de energia do amanhã".
Hofmeister diz ter se encontrado com legisladores democratas e republicanos em Washington nos últimos seis anos para pressionar pela modificação das regulamentações existentes.
"Membros individuais dos dois lados adoram a ideia, mas não está alta o suficiente em sua lista de prioridades", declarou.
Para Hofmeister, convertendo cerca de 250 milhões de veículos nos Estados Unidos para "flexfuel", haveria um benefício geral, incluindo as empresas de petróleo. Perdas de receitas de vendas de gasolina poderiam ser compensadas por deslocamento de investimento para o gás natural.
"Os americanos vão dirigir mais, desfrutar de sua mobilidade, e poluir menos", disse Hofmeister. "Não é um mau negócio.
O Brasil já utiliza a tecnologia dos motores flex há alguns anos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos entrevistados no filme para falar da experiência brasileira.
- 1. Penas de frango - pode completar?
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Em 2009, pesquisadores do Departamento de Engenharia da Universidade de Nevada, em Reno, nos EUA, mostraram ao mundo que é possível produzir um combustível biodiesel a partir de penas de galinha. O trabalho científico, publicado no The Journal of Agricultural and Food Chemistry (JAFC), mostra que é possível obter entre 7% e 11% de biodiesel da gordura das penas através de fervuras e processos químicos específicos.
Atualmente, devido ao seu alto teor proteico, as penas de frango são transformadas em farinha para ração animal, ou em fertilizante, em função da concentração de hidrogênio. Segundo o estudo, a quantidade de farinha gerada pela indústria avícola anualmente seria suficiente para a produção de 580 milhões de litros de biodiesel nos EUA e 2,2 bilhões litros no mundo. Coisa do futuro? Que nada, o biocombustível já está
sendo usado experimentalmente pela agência espacial americana, Nasa.
- 2. Gordura de jacaré
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Assim como as penas de galinha, a gordura de jacaré é um subproduto do processamento da carne deste animal para a indústria alimentícia e de couro. Mas diferentemente do primeiro caso, ela comumente vai parar no lixo. No entanto, pesquisadores da Universidade de Luisiana, nos EUA, querem dar uma nova destinação para cerca de 15 mil toneladas de gordura jogadas fora todos os anos pelas fazendas do estado, que criam os animais em cativeiro. Os cientistas acreditam que este subproduto pode ser um excelente candidato para produção de biodiesel. Para testar essa hipótese, eles obtiveram algumas amostras de gordura de jacaré congelada de produtores locais. Resultado: depois de aquecer o produto no microondas e usar solventes químicos, eles chegaram a um óleo de ácido graxo que preenche todos os requisitos de alta qualidade do biodiesel.
- 3. Tequila
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Algave, é este o nome da planta, que destilada, produz uma das bebidas mexicanas mais famosas, a tequila. Agora, esta espécie que cresce em áreas inóspitas e praticamente desérticas, está ganhando popularidade no meio científico por ser uma fonte alternativa potencial de biocombustível. A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, indica que a algave possui alta concentração de açúcar, além de ser capaz de suportar condições extremas, como temperaturas elevadas, longos períodos de estiagem. O biodiesel é obtido através da queima da biomassa coletada das folhas, pelo processo chamado pirólise rápida. E através da fermentação dos açúcares do caule, também é possível obter álcool. É energia em dose dupla!
- 4. Chocolate
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Esta delícia milenar altamente energética serviu como combustível para uma empreitada fora do comum realizada pela empresa inglesa Ecote, em 2009. A fim de promover sua mais nova invenção – o biodiesel de chocolate – a companhia montou uma equipe para atravessar o deserto do Saara a bordo de um caminhão movido por uma mistura de óleo de cozinha, soda cáustica e etanol, feito a partir de restos de chocolate. Para a expedição foram levados ao todo 1,5 mil litros do combustível feito a partir de três mil quilos de chocolate. Haja energia!
- 5. Fraldas descartáveis
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O que de um lado é solução para toda mãe, de outro é um verdadeiro problemão moderno, a ponto de vários países instalarem usinas de reciclagem específicas para as fraldas descartáveis. Algumas empresas estão indo mais longe na tentativa de reaproveitar ao máximo esse produto. É o caso do grupo de engenharia britânico Amec, que estuda a possibilidade usar fraldas descartáveis e outros plásticos para produzir uma espécie de diesel sintético. A empreitada pode ajudar a reduzir o lixo gerado nas grandes cidades, além de evitar o uso de outras fontes fósseis. Cerca de 7 quilos de fraldas podem gerar 1 litro de biogás.
- 6. Melancia
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Só nos EUA, mais de 300 mil toneladas de melancia são descartadas anualmente por varejistas e supermercados por apresentar alguma imperfeição. Mas um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostra que é possível gerar biocombustível a partir do açúcar dessa fruta. Segundo cálculos, seria possível obter quase nove bilhões de biocombustível por ano da parcela rejeitada de melancias. A solução “energética” também seria uma forma de agregar valor à colheita nas fazendas e evitar desperdícios.
- 7. Folha da Cannabis sativa
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Às várias utilidades da folha da maconha que estão em estudo no mundo, como sua vocação terapêutica e medicamentosa e até mesmo sua aplicação em
carrocerias de carros, adicione mais uma: a de combustível. Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, descobriram que a fibra da Cannabis sativa, conhecida como o cânhamo industrial, tem propriedades que a tornam viável e atraente como matéria-prima para a produção de biodiesel.
Durante testes de laboratório, 97% do óleo extraído da semente da planta foi convertido em biodiesel. Outra vantagem da erva, segundo os pesquisadores, reside na capacidade dela crescer em solo pobre e de baixa qualidade, o que afasta a necessidade de cultivá-la em lavouras especiais destinadas ao plantio de alimentos.