Estados vão privatizar empresas de saneamento, diz BNDES
Dentro do programa de concessões à iniciativa privada, pelo menos dois terços dos estados já sinalizaram que participarão com as suas empresas de saneamento
Agência Brasil
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 19h39.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 20h08.
Dentro do programa de concessões à iniciativa privada , pelo menos dois terços dos estados já sinalizaram que participarão com as suas empresas de saneamento.
A informação é da presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), Maria Silvia Bastos Marques, ao participar hoje (25) do painel "De onde viemos, onde estamos e para onde vamos".
A atividade integrou o Sustentável 2016 - 8º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu durante todo o dia no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio.
Maria Silvia lembrou que muito se falou em saneamento nos últimos anos, com a promessa de despoluição da Baía de Guanabara para a Olimpíada, mas muito pouco se avançou. Para ela, essa é uma agenda "do século retrasado", que será resolvida com a privatização.
"O Brasil tem metade da sua população que não tem o esgoto coletado. Esses dados devem estar superestimados, porque se mede por quilômetros de tubulação e não pela prestação de serviço. Cerca de 20% apenas da população é atendida com tratamento de esgoto e ainda temos 50 milhões de pessoas sem fornecimento regular de água. Então, essa situação é a mais 'ganha-ganha' que eu conheço, porque, em geral há viabilidade econômica, então há interesse do setor privado em desenvolver essa atividade quando você combina água com esgoto".
A presidente do BNDES destacou os benefícios para a saúde, qualidade de vida, produtividade e turismo que o saneamento proporciona. Em rápida declaração à imprensa, ela disse que o edital para contratar os consultores que trabalharão na modelagem da licitação das concessões das empresas de saneamento e da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), da Caixa Econômica Federal, deve sair no mês que vem.
"Até o final de novembro a gente vai ter novidade. Tem interessados, tem empresas que começam a perguntar. Mas a gente precisa lançar o edital primeiro para contratar os consultores. Tem um processo todo que vai percorrer o próximo ano", adiantou.
A presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, responsável pelo Sustentável 2016, disse que o congresso visa incentivar as empresas a agirem para promover uma mudança de cultura no caminho da sustentabilidade.
Segundo ela, é preciso definir os projetos e colocá-los em prática para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU, até 2030.