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Equipe de emergência da Petrobras tenta salvar a P-34

Segundo informações da agência de notícias Reuters, a Petrobras enviou toda sua equipe de emergência para tentar salvar o navio-plataforma P-34 esta manhã, que sofreu um acidente na tarde de ontem (13/10) e corre o risco de afundar. Dois técnicos da Petrobras estão embarcados na plataforma P-34 para tentar estabilizar a unidade. De acordo com […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, a Petrobras enviou toda sua equipe de emergência para tentar salvar o navio-plataforma P-34 esta manhã, que sofreu um acidente na tarde de ontem (13/10) e corre o risco de afundar. Dois técnicos da Petrobras estão embarcados na plataforma P-34 para tentar estabilizar a unidade.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Petrobras do Norte Fluminense (Sindipetro NF), Fernando Carvalho, mais quatro técnicos serão enviados na parte da tarde e existem chances de evitar que a P-34 tenha o mesmo destino da plataforma P-36, que sofreu uma série de explosões e afundou na Bacia de Campos, em março de 2001. Nesse acidente, 11 funcionários morreram.

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A Petrobras confirmou as informações em nota enviada à imprensa por volta das 13h.

Às 15h30 de ontem, houve uma falha do sistema elétrico da plataforma e, em conseqüência, o adernamento. Não houve vítimas e todos os funcionários que se encontram no local no momento do acidente foram transferidos para plataformas próximas hoje de manhã. A produção foi interrompida.

"Toda nossa equipe está mobilizada e no momento a plataforma está estabilizada", disse a assessoria de imprensa da estatal na manhã desta segunda-feira (14/10). A assessoria disse que não está entrando água na plataforma e que a inclinação é a mesma de domingo, de cerca de 30 graus.

Localizada na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, A P-34 é a mais antiga plataforma da Petrobras e está avaliada em torno de 200 milhões de dólares com seguro de 140 milhões de dólares, segundo informação da assessoria da empresa. Ela tem capacidade para armazenar 45 mil metros cúbicos de petróleo e gás e no momento do acidente tinha 12 mil metros cúbicos.

A Petrobras enviou nesta manhã toda a sua equipe de emergência para tentar salvar o navio-plataforma, que desde domingo passou de uma inclinação de 40 para 30 graus. Segundo técnicos do Sindipetro NF, o navio-plataforma pode atingir inclinação de até 63 graus sem perigo de afundar. Até o início da tarde não haviam sinais de vazamento de óleo.

"Como é um navio, tem resistência maior do que uma plataforma comum em um caso desse. Eu não diria que não vai afundar, mas que as chances de resgate são maiores do que na P-36", avaliou Carvalho que desde da manhã desta segunda-feira acompanha os trabalhos da Petrobras em Macaé.

Ele explicou que a plataforma adernou porque a pane elétrica interrompeu o bombeamento de água que garante o equilíbrio do navio, para compensar a entrada e saída de óleo. Segundo Carvalho, por um motivo ainda não determinado pela Petrobras, a interrupção de energia provocou a abertura das portas dos tanques do casco do navio que são interligados. A falha levou todo o óleo da embarcação para um só lado --a bombordo, no lado esquerdo do navio-- e provocou o tombamento longitudinal do navio.

"Porque as válvulas que fecham essa ligação dos tanques abriram ainda não sabemos, nem a Petrobras, que disse que primeiro quer salvar a plataforma e depois descobrir os erros", disse Carvalho que se reuniiu pela manhã com a empresa.

Ele acusou ainda a Petrobras de descaso com a manutenção, já que no dia 29 de maio o Sindipetro havia denunciado um problema elétrico na mesma plataforma e nada foi feito. Na ocasião, todos os funcionários embarcados foram retirados da unidade e a produção interrompida. A P-34 produz 34 mil barris diários de petróleo e 195 mil metros cúbicos de gás.

"A manutenção da empresa sofreu uma tercerização expressiva nos últimos anos e isso tem provocado sucessivos problemas, vamos cobrar isso da empresa", disse Carvalho.

Tanto a Marinha como a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informaram nesta segunda-feira que vão investigar o acidente e para isso formaram uma comissão conjunta.

A P-34 foi o primeiro navio a ser adaptado para plataforma de produção pela empresa, o Prudente de Moraes, e está avaliado em torno de 200 milhões de dólares com seguro de 140 milhões de dólares, segundo informação da assessoria da Petrobras.

O engenheiro responsável pela obra de adaptação do navio na plataforma, hoje presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, informou que a P-34 foi construída entre 1994 e 1995 pelo então estaleiro Ishibrás, hoje Sermetal. Siqueira culpou o excesso de foco no mercado financeiro da empresa pelos acidentes que ocorrem em equipamentos da companhia.

"O Conselho de administração tem nove conselheiros ligados ao mercado financeiro, se preocupam mais com o lucro do que com a função estratégica e social da companhia", disse Siqueira.

O acidente foi mais um baque nas já combalidas ações da estatal, que vêm registrando sucessivas perdas devido a incertezas em relação ao futuro da companhia em um eventual governo de oposição. Às 13h25, as ações preferenciais da empresa caíam 3,10 por cento e as ordinárias 3,89 por cento. No mesmo horário, o índice Bovespa operava em queda de 3,86%.

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