Negócios

Empresa de shoppings Aliansce adia apresentações para IPO

Novo adiamento gera dúvidas no mercado sobre a viabilidade da oferta de ações planejada pela empresa

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Aliansce Shopping Centers adiou o início da rodada de apresentação para investidores que estava prevista para começar na semana passada gerando dúvidas no mercado sobre a viabilidade da oferta de ações que a empresa está planejando. Entre as gestoras de recursos que deveriam ter sido visitadas desde a semana passada estavam CreditSuisse-Hedging Griffo, Polo Capital, Opportunity, JGP e a gestora do HSBC.

O objetivo das reuniões era despertar o interesse pela oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), anunciada pela empresa no início de outubro. O registro da oferta foi feito no último dia 5 de outubro na Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, e está em análise na autarquia. A data da oferta ainda não havia sido marcada.

É a segunda vez que a empresa, que administra ou é dona de 19 shoppings no Brasil, tenta fazer um IPO. A primeira foi em 2007. No mercado, especula-se que a nova tentativa também pode ser frustrada. A empresa estaria avaliando se é o melhor momento para realizar a operação, devido à grande volatilidade do mercado de capitais nos últimos meses. Em outubro, por exemplo, a Cyrela e a Cetip (que fez um IPO) viram os preços de seus papéis caírem logo após a oferta em bolsa.

A Aliansce é uma joint-venture entre a brasileira Nacional Iguatemi e a americana General Growth Properties, uma das maiores empresas de shopping centers dos Estados Unidos. Entre os 19 shoppings sob o controle da companhia estão o Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, e o Iguatemi, em Salvador. A empresa ainda está construindo outros três shoppings nas cidades de Belo Horizonte, Belém e Maceió. Seu faturamento nos seis primeiros meses do ano foi de 68,8 milhões de reais, e o lucro, de 44,2 milhões de reais.

Na primeira tentativa de IPO, em 2007, a companhia foi obrigada a recuar depois que a CVM suspendeu a oferta. Segundo a autarquia, um executivo do grupo forneceu informações à imprensa que não estavam no prospecto, o que é vedado pelo regulamento do mercado de capitais. Na época, a Aliansce esperava levantar cerca de 600 milhões de reais com a oferta.

A movimentação na Aliansce é acompanhada com atenção pela concorrência. No início deste ano, a General Growth Properties chegou a iniciar uma negociação com a gestora de shoppings BRMalls para vender sua participação de 49%. Depois de alguns meses, a empresa americana desistiu da negociação e optou por tentar uma nova oferta.

Para executivos desse mercado, se a nova tentativa de IPO for cancelada, os sócios podem voltar a negociar a venda de suas participações novamente. Além da BRMalls, outras três empresas de shoppings já são listadas na Bovespa: Multiplan, Iguatemi e General Shopping.

Procurada por EXAME, a Aliansce admite que houve atrasos em seu cronograma, mas diz que a chegada ao mercado de capitais não será prejudicada. Pelo regulamento da CVM, a companhia tem até o final de fevereiro para fazer a oferta. Caso contrário, precisará reiniciar todo o processo, já que terá de disponibilizar aos potenciais investidores dados sobre seu desempenho no último semestre de 2009 - o prospecto atual contém apenas os resultados até 30 de junho de 2009.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Como linhas de crédito para COP vão ajudar Dona Lúcia, cozinheira que mudou o modo de comer no Pará

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo

De pequena farmácia a gigante da beleza, como O Boticário virou um fenômeno com R$ 30 bi em vendas

Smart Fit compra rede de estúdios Velocity por R$ 183 milhões

Mais na Exame