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Não inova? Então, não tem estratégia, diz guru de gestão

Considerado um dos 50 principais pensadores de gestão pelo FT, Vijay Govindarajan defende que inovação, dentro das empresas, é uma questão de sobrevivência

EXAME.com (EXAME.com)

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Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 14h37.

São Paulo - Empresa que não inova, não tem estratégia. Foi o que disse o professor Vijay Govindarajan, primeiro consultor de inovação da GE, durante o fórum HSM Expomanagement, nesta terça-feira.

Segundo ele, que foi considerado um dos principais pensadores de gestão pelo Financial Times, estratégia nada mais é do que liderar no futuro. Como toda indústria e setor muda, se uma organização quiser se manter líder, terá que se adaptar às mudanças e, portanto, inovar. 

Para Govindarajan, não há nenhum tipo de organização que não precise se reinventar constantemente, nem mesmo o meio acadêmico - que muitos julgam como muito tradicional.  "A inovação tem que ir além do produto, ela precisa estar em todo o modelo de negócios", afirmou.

Ele cita como exemplo as universidades norte-americanas. Há cem anos, nenhum dos grandes centros de ensino dos Estados Unidos estava entre os 10 melhores do mundo, destacavam-se apenas os alemães. Hoje, instituições como Harvard, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Universidade de Stanford são referência no mundo todo. 

O motivo da guinada, segundo ele, foi a inovação. Atualmente, as três universidades oferecem todos os seus cursos no formato online. No MIT, por exemplo, os alunos do curso remoto de engenharia que se dispuserem a prestar todos os exames regulares, caso aprovados, terão o diploma da instituição. De acordo com Govindarajan, isso indica que haverá ainda muitas transformações no modelo de ensino. 

Dessa maneira, para ter certeza de que estão investindo para inovar, as empresas precisam se perguntar: "De todos os projetos que estamos executando, quantos vão nos levar a uma posição de liderança no futuro?", descreveu. 

Para conseguir identificar esses projetos, a dica de Govindarajan é colocá-los em três "caixinhas":

1 Projetos para gerir o presente: ter lucro, ganhar dinheiro com o negócio hoje. Isso nada mais é do que eficiência.

2 Projetos que esquecem seletivamente o passado.

3 Projetos para criar o futuro


Segundo ele, muitas companhias se focam no item 1 e pensam que têm estratégia, mas na verdade ela só tem relação com os quadros 2 e 3.

Ainda de acordo com especialista, inovar não tem relação com pensar o que você irá fazer no futuro. "É o que você vai fazer nos três quadros, no presente, para permanecer relevante no ano 2025", disse.

A razão da dificuldade em se conseguir inovar de fato, segundo ele, é conseguir administrar as três "caixinhas". "Hoje, temos muitas coisas pra fazer", diz. O desafio é conciliar os três níveis, que demandam processos e capacidades diferentes.

Govindarajan ainda resumiu toda a sua apresentação em uma frase simples, que diz ser questão de bom senso: "O futuro é agora". Ele diz que se preparar para o que virá é inevitável a menos que você não acredite que o mundo vai mudar. "E nós temos certeza de que ele vai mudar. Vão surgir novos consumidores, novos concorrentes e novas tecnologias".

"Não estou pedindo a vocês que advinhem o futuro, mas que imaginem. A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. A marca da liderança é ter um ponto de vista concreto sobre o futuro e, assim, uma intenção estratégica". 

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