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Embraer tem prejuízo líquido de R$ 1,276 bilhão no 1º trimestre

Prejuízo da empresa foi seis vezes superior na comparação com o prejuízo de igual período de 2019

EMBRAER: a companhia quer cobrar da Boeing o prejuízo da ruptura de contrato. / REUTERS/Roosevelt Cassio (Roosevelt Cassio/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de junho de 2020 às 08h28.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 08h29.

A Embraer reportou um prejuízo líquido de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre de 2020, mais de seis vezes superior na comparação com o prejuízo de igual período de 2019, de R$ 160,8 milhões no critério atribuível aos acionistas. O prejuízo líquido ajustado, excluído do Imposto de Renda e Contribuição Social diferidos e também do impacto líquido, após imposto dos itens especiais que eventualmente tenham sido contabilizados, no período, foi de R$ 433,6 milhões, alta de 88% em igual comparação. Em igual período de 2019, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 229,9 milhões.

Segundo a empresa, os principais fatores determinantes para o aumento do prejuízo líquido ajustado foram o declínio na receita operacional aliado ao crescimento das perdas cambiais (perda cambial de R$ 116,2 milhões no trimestre versus ganho cambial de R$ 34,2 milhões no primeiro trimestre de 2019 ), dada a apreciação substancial do dólar norte-americano versus o real de 29%.

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Já o Ebitda ajustado da empresa no trimestre foi de R$ 319,3 milhões, crescimento de 165% na comparação com os R$ 120,3 milhões reportados em igual período de 2019. A margem Ebitda ajustada subiu de 3,9% para 11,1% também na comparação anual.

O Resultado operacional (EBIT) e a Margem operacional reportados no trimestre foram negativos em R$ 209,1 milhões e -7,3%, respectivamente, comparados aos R$ 53,7 milhões negativos e aos -1,7% reportados no primeiro trimestre de 2019.

No trimestre, a empresa teve impacto também decorrente da covid-19, como R$ 108,6 milhões em variações negativas no valor da participação da Embraer na Republic Airways Holdings e R$ 163 1 milhões em provisões com devedores duvidosos nas contas a receber. A empresa disse que adotou "uma abordagem mais conservadora no contexto da pandemia da covid-19". No primeiro trimestre de 2019, a empresa não havia registrado itens especiais.

Excluindo os itens especiais, o EBIT ajustado e a Margem EBIT ajustada do trimestre foram de R$ 62,6 milhões e 2,2%, respectivamente, em comparação ao EBIT negativo do primeiro trimestre de 2019 de R$ 53,7 milhões e margem EBIT de -1,7%. O crescimento dos dados veio mesmo diante do menor volume de entregas de jatos comerciais devido à melhor rentabilidade nos segmentos de Aviação Executiva e de Defesa & Segurança, com um melhor mix de negócios, explicou a empresa.

Entregas

No trimestre, a Embraer entregou cinco aeronaves comerciais e nove executivas (cinco jatos leves e quatro grandes), totalizando 14 aeronaves. Em igual comparação do ano anterior, a Embraer entregou 11 aeronaves comerciais e 11 executivas (oito jatos leves e três grandes).

A empresa disse que, historicamente, entrega menos no primeiro trimestre de cada ano. Como já informado pela empresa, o trimestre teve impacto negativo do início da divisão de Aviação Comercial na esteira do negócio com a Boeing, que foi cancelado pela companhia norte-americana.

A receita líquida da empresa teve queda de 8% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e ficou em R$ 2,874 bilhões, com queda em praticamente todos os negócios da Companhia, à exceção da Aviação Executiva. "Apesar das entregas de jatos executivos terem sido pouco menores no 1T20, em comparação ao 1T19, o mix de entregas foi mais favorável, uma vez que uma quantidade maior de jatos grandes foi entregue nesse período", explicou a empresa.

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