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Embraer abre fábrica na China, mas descarta novas parcerias na Ásia

A Embraer assinou nesta segunda-feira a parceria com a estatal chinesa Avic II para construir, no interior da China, aviões comerciais durante os próximos 15 anos, mas descartou a chance de realizar parcerias semelhantes com outros países asiáticos. "O modelo de joint venture só se aplica no caso chinês", diz Maurício Botelho, presidente da Embraer. […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Embraer assinou nesta segunda-feira a parceria com a estatal chinesa Avic II para construir, no interior da China, aviões comerciais durante os próximos 15 anos, mas descartou a chance de realizar parcerias semelhantes com outros países asiáticos. "O modelo de joint venture só se aplica no caso chinês", diz Maurício Botelho, presidente da Embraer. "Para os demais países da região nós continuamos com a política de exportar aviões montados no Brasil."

A nova fábrica, batizada como Harbin Embraer, terá US$ 25 milhões de investimento inicial e controle acionário brasileiro (51% Embraer; 49% Avic II). "Nosso objetivo é desenvolver a presença no mercado chinês aos poucos. Começaremos produzindo apenas 1 avião por mês", diz Botelho. "É um mercado pungente com capacidade para absorver até 300 novos aviões nos próximos 10 anos."

De acordo com Botelho, a meta de produzir 12 aeronaves por ano é conservadora, e a fábrica estará preparada para aumentar a produção se o mercado exigir. A Harbin Embraer será montada em fevereiro de 2003, e a linha de produção começa a operar no final do primeiro semestre. "O primeiro avião chinês-brasileiro estará voando até dezembro ano que vem", afirma Botelho.

A fábrica, que irá produzir os modelos ERJ 135, 140 e 145, deverá ter 220 funcionários, a maioria chineses, que serão treinados nos próximos meses pela Embraer. "Acredito que apenas 15 brasileiros irão trabalhar na China", diz Botelho.

A Embraer, quarta maior fabricante de jatos comerciais do mundo, pode contar com ajuda financeira do BNDES para o investimento inicial na China. No início do ano, o BNDES e o Banco de Desenvolvimento da China firmaram acordo para apoiar iniciativas empresariais entre os dois países. "Nós nos enquadramos nas exigências do BNDES e iremos fazer nossa proposta", diz Botelho. "Mas não dependemos do capital do banco para viabilizar o projeto."

A produção na China, cerca de 12 aviões por ano, vai representar, para os próximos dois anos, pouco menos de 10% das exportações da Embraer. A unidade brasileira tem 145 encomendas acertadas para 2003 e 155 para 2004.

Apoio de Lula

O presidente da Embraer espera receber do governo petista a mesma atenção dispensada pelos tucanos. "O presidente Fernando Henrique Cardoso sempre nos deu um apoio muito forte. Não posso minimizar a importância recebida do governo FHC", afirma. "Lula já ratificou o apoio à Embraer e sabe que nossa empresa é de grande valor estratégico para o país."

A relação começou bem. Botelho ficou satisfeito quando o presidente eleito afirmou que a Embraer deveria ser a escolhida para realizar o Programa F-X, que prevê gastos de US$ 700 milhões para fornecimento de 12 caças à Força Aérea Brasileira (FAB) nos próximos cinco anos.

Apesar da boa relação com FHC, o presidente da Embraer diz que o atual governo quis ser mais realista que o rei quando abriu uma concorrência internacional para a fabricação dos caças. "Não se vê aviões franceses produzindo para o exército americano. Muito menos vemos a indústria dos EUA fabricando para as forças armadas da França", afirmou Botelho.

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