Roberto Castello Branco aceita convite para presidir a Petrobras
O economista é visto como homem de confiança de Guedes e seu nome já vinha sendo cogitado para o posto.
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 07h58.
Última atualização em 19 de novembro de 2018 às 10h41.
O economista Roberto Castello Branco foi convidado para assumir o comando da Petrobras e aceitou o convite. A informação foi confirmada em nota pela assessoria de imprensa do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, segundo jornal O Estado de S. Paulo. Ainda de acordo com o jornal,Ivan Monteiro permanece no cargo até a nomeação do economista pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro , o que só deve ocorrer em janeiro, após a posse.
Ex-diretor do Banco Central e da Vale , Castello Branco tem pós-doutorado pela Universidade de Chicago e fazia parte do time de especialistas que Paulo Guedes reuniu durante a campanha para debater a formulação de propostas econômicas para o então presidenciável. Atualmente ele é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas. Castello Branco já fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás.
É desejo do futuro governo que o atual presidente da petroleira estatal, Ivan Monteiro, permaneça na administração. Há conversas para que ele assuma o comando do Banco do Brasil. Caso essa negociação se confirme, o comando da Caixa poderia ficar nas mãos dos economistas de Rubem Novaes ou de Pedro Guimarães, explicou essa fonte, que tem conhecimento direto das tratativas.
Castello Branco é visto como homem de confiança de Guedes e seu nome já vinha sendo cogitado para o posto. Mas, como o trabalho de Monteiro à frente da Petrobras era bem avaliado pelo futuro ministro da Economia, havia disposição para que ele permanecesse no comando da petroleira.
Monteiro mostrou-se, contudo, reticente em permanecer por mais um período na estatal. De acordo com relato feito à reportagem, ele argumentou que o trabalho de reestruturação financeira já havia sido feito na companhia e descreveu o desgaste a que se submeteu nos últimos anos como empecilho para sua confirmação.
Para Guedes, o desenho ideal é ter Castello Branco na Petrobras e Monteiro, que fez carreira no Banco do Brasil, no comando da instituição financeira. Como Guedes, Castello Branco tem formação na Universidade de Chicago e já vinha contribuindo com propostas para o programa do futuro governo na área de óleo e gás.
Caixa
Rubem Novaes, que foi diretor do BNDES e é professor da FGV, e Pedro Guimarães, sócio do banco Brasil Plural, estão ambos bem cotados para assumir o comando da Caixa nesse desenho.
A atual secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, chegou a ser sondada para o cargo, mas não se mostrou entusiasmada com a proposta. Paulo Guedes tem repetido aos mais próximos que quer auxiliares "com brilho nos olhos" e não apenas com currículo adequado para exercer as funções.
Novaes chegou a ser cogitado para o comando do BNDES, mas como as conversas com Joaquim Levy avançaram, ele deve ser realocado para outra área do governo.
Com a confirmação dos nomes de Levy no comando do BNDES e Mansueto de Almeida na secretaria do Tesouro Nacional, a futura equipe econômica chefiada por Guedes vai tomando forma. Na área do atual Ministério do Planejamento, que será incorporado à pasta de Guedes, o atual ministro Esteves Colnago é bem cotado para seguir no posto, mas não há definição.
Ao seu time, Guedes tem dito que deseja enxugar o número de secretarias e também reestruturar algumas áreas de seu futuro "superministério". Ele gostaria, por exemplo, de criar uma secretaria de "produtividade e emprego".
Também já indicou que pretende convidar outros nomes do mercado para integrar a futura administração, trazendo, até mesmo, empresários. Guedes já citou Salim Mattar, sócios da Localiza, a interlocutores como um "bom nome" para integrar seu superministério.