Diversidade e inclusão é meta na Gupy (monkeybusinessimages/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2021 às 08h00.
Dirijo a área de Recursos Humanos de uma multinacional que tem como visão “liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor”. Nesse sentido, é fundamental ter em mente que um mundo melhor é aquele que abraça e vê valor nas diferenças, proporcionando uma vida de oportunidades justas para todos.
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Gosto de olhar para trás e fazer um retrospecto de como a companhia vem construindo sua jornada ao longo dos anos. Em 2007, quando ainda pouco se olhava para o tema de diversidade e inclusão, a Kimberly-Clark já tinha 17% de mulheres em posição de liderança a nível global, ali foi instaurado um objetivo de diversidade que estipulou a meta de dobrar esse índice em 10 anos, meta globalmente alcançada em 2017. No Brasil, em 2018, realizamos um diagnóstico de cultura e entre outras ações, percebemos a necessidade aprofundar nossas práticas e nosso olhar para uma KC ainda mais inclusiva e diversa.
Embora o diagnóstico tenha nos mostrado que tínhamos uma considerável representatividade em gênero e PCDs, os resultados também nos deram a oportunidade de olhar para os outras oportunidades, era claro, por exemplo que não tínhamos na organização, a representatividade que temos na nossa sociedade em formações, raça, LGBTQI+ e outras perspectivas e era preciso entender como poderíamos evoluir para este patamar, atraindo profissionais diversos e criando um ambiente em que pudessem ser acolhidos como escolheram ser.
Foi então que encaramos o desafio de explorar essa oportunidade para fazer da diversidade e inclusão um tema da liderança da empresa e não só como iniciativas da área de RH. Eu gosto de dizer que estamos presentes em ¼ das casas da população mundial, com produtos que acompanham todas as fases da vida do nosso consumidor, e era fundamental ter esse consumidor representado dentro da K-C, para que pudéssemos atendê-lo da melhor forma e de maneira sempre inovadora.
Para acelerar o nosso processo de evolução desse tema dentro da companhia, aproveitamos o momento em que estávamos implementando metodologias agile e fizemos da diversidade e inclusão um dos projetos para repensar como estávamos olhando esse pilar, com um time multifuncional de um pouco mais de 30 pessoas, que analisaram o mercado e assim, foram em busca de alinhar as estratégias globais com as estratégias locais.
Esse processo nos permitiu, em 2019, atuar por meio de comitês de diversidade focados em cinco pilares: LGBTQIA+, gênero, raça, PCD e gerações. Esses comitês são diversos, o que nos permite dizer que no grupo de LGBTQIA+ nós temos heteros, no grupo de Gênero temos homens - porque entendemos que nesses momentos trazemos questões inerentes à toda da sociedade, e por isso, todos devem fazer parte da solução. Esse movimento nos permitiu tornar cada um dos pilares parte do jeito e da cultura da organização. Cada um dos grupos tem um diretor que se associou a cada uma das causas e um líder de negócio para gerenciar os encontros, todos eles são coordenados e apoiados pela área de recursos humanos, mobilizando uma média de 100 pessoas da companhia só aqui no Brasil.
Para sustentar nossa estratégia, por meio da comunicação, capacitação e engajamento, promovemos rodas de conversa com o objetivo de desenvolvermos o repertório do nosso time e contribuir para a expansão da consciência sobre a importância da diversidade e inclusão. Também tivemos sessões com a diretoria para posicioná-los sobre os avanços da iniciativa e encontros trimestrais do comitê de diversidade e inclusão para avaliar as metas e os objetivos que foram estabelecidos no início dessa trajetória.
Como resultado de toda essa evolução em nossa trajetória, a companhia tem uma meta global de ter 50% de mulheres em cargos de liderança até 2030, para isso, desenvolvemos ações e iniciativas que contribuem para esse objetivo. O programa She Can visa desenvolver, inspirar e criar oportunidades de acompanhamento sênior para a próxima geração de mulheres líderes. Mais de 350 mulheres participam atualmente do programa, que inclui mentoria, autoavaliações, discussões em grupo e workshops.
No pilar de raça reforçamos nossas iniciativas com a assinatura aos compromissos propostos pela Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, que busca a superação do racismo no ambiente corporativo e em toda a sua cadeira de valor. Esse novo passo demonstra também um compromisso de toda a liderança da companhia, para promover um ambiente justo e seguro, e assim gerar mais oportunidades iguais de trabalho e renda.
Em gerações, queremos aumentar a representatividade de profissionais 50+ na organização. Recentemente aprofundamos o tema através de uma pesquisa interna que contou com 1163 respondentes, provendo um rico material para atuarmos nesta direção. Afinal todos nós vamos envelhecer e talvez esta seja a mais “democrática” de todas as diversidades.
Foi acompanhando essa jornada, que ainda não se encerrou, que pude perceber a transformação da Kimberly-Clark nos últimos anos. Os esforços de ampliar as ações em diversidade e inclusão e a importância reforçaram as oportunidades de crescimento de carreira na companhia das nossas pessoas, além de dar voz à todos de forma justa e respeitando as diferenças de cada um, impactando positivando o nosso negócio.
*Alessandra Morrison iniciou sua trajetória na Kimberly-Clark Brasil em maio de 2017 como Diretora de Recursos Humanos. É responsável por desenhar a estratégia de RH alinhada com a visão da companhia, que é “liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor”. Assim, lidera a parceria com as áreas de negócio garantindo os capabilities necessários para a evolução da companhia, incluindo a evolução da Cultura, do desenvolvimento dos indivíduos e times, do Modelo Organizacional e o engajamento das pessoas com a organização. Alessandra é formada em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo e possui MBA em Administração pela HEC School of Management, em Paris. Nasceu em Sacramento, estado de Minas Gerais, é casada e tem um casal de gêmeos.
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