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Dana traz fábricas da Europa e dos EUA para o Brasil

O Brasil ganhará, até 2004, duas fábricas européias e uma americana do grupo Dana. A transferência das unidades representa o esforço da fabricante de autopeças em reduzir custos e remanejar a produção no Brasil. Além de aumentar em US$ 40 milhões o faturamento com exportações, a mudança irá agregar novos clientes na carteira de compradores […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O Brasil ganhará, até 2004, duas fábricas européias e uma americana do grupo Dana. A transferência das unidades representa o esforço da fabricante de autopeças em reduzir custos e remanejar a produção no Brasil.

Além de aumentar em US$ 40 milhões o faturamento com exportações, a mudança irá agregar novos clientes na carteira de compradores da subsidiária brasileira. Segundo o presidente da Dana na América do Sul, Hugo Ferreira, a maior parte dos US$ 65 milhões atualmente exportados pela empresa no Brasil destina-se às unidades do grupo em outros países. Com a transferência, as unidades passam a atender diretamente clientes como a Land Rover e a Ford.

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O executivo não revela quão mais barata ficará a produção, justificando que a remodelação tem como objetivo a maior rentabilidade do negócio e não o atendimento a um provável pedido dos clientes de redução nos preços. Ferreira se limita a dizer que, além dos salários mais altos, o custo de assistência médica e social retira a competitividade da produção no exterior. Estudos da consultoria americana Bain & Company mostram que, no setor automotivo, o barateamento de se produzir no Brasil pode chegar a 40%. A redução ocorre principalmente pelo custo menor da mão-de-obra e de matérias-primas, como o aço , disse Stefano Bridelli, diretor da consultoria. Na avaliação de Bridelli, o Brasil só não recebe mais investimentos diretos porque concorre diretamente com a quase imbatível China, pela instabilidade econômica e pela insuficiência do setor logístico.

Fábricas da Dana serão instaladas em Diadema e em Gravata

Da Inglaterra direto para Diadema (SP), virão os maquinários da linha de produção de bombas de óleo e de conjuntos de direção hidráulica para automóveis. Apesar de a unidade inglesa faturar US$ 35 milhões/ano, a fábrica no Brasil irá gerar US$ 20 milhões/ano. A redução no faturamento se explica no fato de alguns contratos da fábrica inglesa se encerrarem no próximo ano , afirma Ferreira. As fábricas dos Estados Unidos e de outro país europeu - não-divulgado pelo presidente sul-americano - ganharão um espaço no distrito industrial de Gravataí (RS).

A importação das unidades para o Brasil integra um projeto amplo da Dana de reduzir custos. Nas fábricas de Sorocaba (SP) e de Gravataí (RS), a empresa optou pelo fim da fabricação de peças que não eram do core business e passou a comprar de fornecedores. A mudança da unidade que ficava na cidade de São Paulo para Gravataí também foi feita no mesmo intuito. Resolvemos concentrar a produção de juntas de motor no Rio Grande do Sul , disse Ferreira.

Como a Dana não tem outras unidades produzindo as mesmas peças fabricadas no Brasil, o país não concorreu com ninguém. A relação custo-benefício foi feita comparando, simplesmente, a situação brasileira e a dos países de origem. Os gastos com a mudança também não foram um impeditivo, já que representam menos de 1% do faturamento anual da subsidiária.

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