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Da ponta para a base

Ex-banqueiros da Patagon apostam no futebol

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Corintianos e palmeirenses podem sonhar com a volta de craques como Ricardinho e Rivaldo aos esquadrões de seus times? Sim, mas devem ser pacientes. Há chance de que algo assim se materialize graças a um acordo de patrocínio, mas somente no segundo semestre de 2004, quando o Lemon Bank planeja voltar seu foco para o mercado paulistano. "São propostas milionárias que ainda estamos analisando", afirma Michael Esrubilsky, diretor-geral do Lemon Bank. Lemon, limão, o quê?

O Lemon é uma marca de banco popular que ganhou espaço nas colunas esportivas com a informação de que replicaria em São Paulo uma estratégia de patrocínio bem-sucedida no Nordeste. Em vez de dividir as torcidas e pagar o preço dos antagonismos, como fizeram a Parmalat ao patrocinar o Palmeiras, e a Pepsi, o Corinthians, o Lemon investe neste ano 500 000 reais vestindo ao mesmo tempo a camisa de três times em Pernambuco (Sport, Náutico e Santa Cruz), entre outros no Nordeste. Funciona? "Nosso movimento em Pernambuco aumentou 30% em outubro", diz Esrubilsky. Tudo isso são novidades na carreira do executivo e de parte de sua equipe, remanescente da Patagon, um portal de finanças na internet para a classe A. Esrubilsky e sua turma protagonizam um caso peculiar no mundo dos negócios: migraram da ponta para a base da pirâmide de renda -- os 25 milhões de famílias brasileiras que de acordo com o IBGE não têm conta em bancos tradicionais. Depois de uma breve associação com o Santander, os fundadores da Patagon, Venceslau Casares e Guilhermo Kirchner, recompraram os ativos do portal e investiram no Lemon o equivalente a 20 milhões de dólares. "Com o Patagon, aprendemos a desenvolver meios muito baratos de fazer operações financeiras por meio da tecnologia", diz Esrubilsky. O problema é que não havia possibilidade de crescimento: a nata do mercado já estava sendo devidamente atendida pelos bancos tradicionais. Mas a experiência passou a ser empregada depois na construção de uma rede de correspondentes bancários que já atinge 3 700 pontos, dos quais 1 200 na Região Nordeste. São farmácias, padarias, postos de gasolina e lojas de serviços. Todos dotados de pequenos equipamentos eletrônicos, chamados POS, que viabilizam a transmissão de pagamentos de contas de luz, água e telefone, boletos bancários e abertura de conta corrente. Com essa tecnologia, segundo Esrubilsky, cada transação custa ao Lemon a metade da média nacional. Uma das revelações da pesquisa que antecedeu o início da operação, em agosto do ano passado, deu uma boa idéia de como seria atuar no mercado de baixa renda. Muitos dos potenciais clientes gastavam horas e dinheiro em transporte para pagar suas contas. Uma das regras do Lemon é uma imersão dos funcionários no universo da baixa renda, através de visitas aos pontos-de-venda no Nordeste. Hoje com 7 milhões de transações mensais -- de 60 reais cada uma, em média --, o Lemon já atingiu o ponto de equilíbrio operacional. "Nosso próximo passo é entrar em Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte e só então nos voltarmos para o Sudeste", diz Esrubilsky.

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