Crise na Ucrânia ameaça empréstimos de empresas russas
A tensão política e militar no país está ameaçando descarrilar US$ 8 bilhões de empréstimos internacionais
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2014 às 21h48.
A tensão política e militar na Ucrânia está ameaçando descarrilar US$ 8 bilhões de empréstimos internacionais solicitados por empresas russas.
A VimpelCom Ltd., do bilionário Mikhail Fridman, está entre os pelo menos 10 mutuários que estão negociando empréstimos com bancos dos EUA, da Europa e do Japão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A moeda, os títulos e as ações da Rússia subiram após uma queda ocorrida quando as tropas tomaram o controle da região do Mar Negro da Crimeia. Os custos de cobertura da dívida do país contra perdas estão caindo depois do maior aumento desde junho.
“Enquanto a situação não se estabilizar menos bancos internacionais estarão dispostos a realizar empréstimos na Rússia”, disse Dmitry Dudkin, diretor de pesquisa sobre renda fixa em Moscou da UralSib Capital, parte de um grupo que inclui uma unidade de gestão de ativos que supervisiona 45 bilhões de rublos (US$ 1,2 bilhão).
“Só espero que o mercado para empréstimos estrangeiros não seque completamente”.
As empresas russas se interessaram por aumentar a quantidade de empréstimos depois que alguns dos bancos mais importantes do mundo, como o ING Groep NV, reduziram o custo da dívida para ajudar a entabular relações lucrativas.
Os banqueiros podem reavaliar os potenciais negócios, pois os EUA e líderes globais condenaram a incursão militar da Rússia na Ucrânia e há ameaças de sanções econômicas e diplomáticas.
Títulos e swaps
A margem média dos empréstimos denominados em dólar das empresas russas caiu para cerca de 2 por cento mais que as taxas de referência em 2013, em comparação com 3 por cento em 2012, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Isso levou as empresas russas a assinar US$ 52 bilhões em empréstimos denominados em dólares no ano passado, em comparação com US$ 38 bilhões no ano anterior, mostram os dados.
A crise na Ucrânia elevou ontem os custos de cobertura da dívida da Rússia contra perdas. Os swaps de crédito aumentaram 43 pontos-base para 234 pontos-base, a maior alta desde o dia 24 de junho, de acordo com os preços compilados pela CMA. Os contratos caíram para 214 às 13h30 em Londres e a Rússia deu um passo atrás para evitar o agravamento da situação.
Os rendimentos médios dos títulos corporativos russos subiram 42 pontos-base ontem para 6,25 por cento, o mais alto desde o dia 25 de junho, de acordo com dados do índice JPMorgan Chase Co.
A VimpelCom está buscando uma linha de crédito de US$ 2 bilhões e usará parte da capacidade para refinanciar a dívida, disseram três fontes com conhecimentos sobre o financiamento no dia 25 de fevereiro. Artem Minaev, porta-voz da VimpelCom, não quis comentar o acordo.
‘Desativar risco’
“Estamos mais em um modo de ‘desativar risco’ e todos estão esperando os resultados provisórios dos eventos da Ucrânia e quais tipos de sanções recairão sobre a Rússia”, disse Alexey Bulgakov, analista de renda fixa do Sberbank CIB, o maior credor da Rússia, em declaração por e-mail. “Enquanto isso não se tornar mais claro será difícil definir o preço do risco para qualquer instrumento de dívida”.
Os eventos da Ucrânia prejudicarão os fluxos de capital para a Rússia e as perspectivas de crescimento do país, disseram os analistas do Barclays, como Christian Keller de Londres, em um relatório. Uma impressão negativa em relação ao crédito russo permanecerá depois que a crise na Ucrânia aliviar, disseram.
O presidente russo Vladimir Putin acalmou ontem as preocupações em relação a uma iminente invasão, ajudando o índice de ações do país, Micex, a subir 5,3 por cento.
O rublo ganhou cerca de 1 por cento frente à reserva de dólar e euro usada pelo Banco Central, que aumentou inesperadamente sua taxa básica de juros em 150 pontos-base, ou 1,5 pontos porcentuais, para 7 por cento no dia 3 de fevereiro.
“Quando a situação já não parecer tão assustadora os melhores nomes russos abrirão o mercado com novos negócios”, disse Dudkin da UralSib. As empresas podem obter empréstimos sindicalizados antes de voltar ao mercado de títulos porque “geralmente é mais fácil para um mutuário se explicar ante os bancos que já o conhecem”.
A tensão política e militar na Ucrânia está ameaçando descarrilar US$ 8 bilhões de empréstimos internacionais solicitados por empresas russas.
A VimpelCom Ltd., do bilionário Mikhail Fridman, está entre os pelo menos 10 mutuários que estão negociando empréstimos com bancos dos EUA, da Europa e do Japão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A moeda, os títulos e as ações da Rússia subiram após uma queda ocorrida quando as tropas tomaram o controle da região do Mar Negro da Crimeia. Os custos de cobertura da dívida do país contra perdas estão caindo depois do maior aumento desde junho.
“Enquanto a situação não se estabilizar menos bancos internacionais estarão dispostos a realizar empréstimos na Rússia”, disse Dmitry Dudkin, diretor de pesquisa sobre renda fixa em Moscou da UralSib Capital, parte de um grupo que inclui uma unidade de gestão de ativos que supervisiona 45 bilhões de rublos (US$ 1,2 bilhão).
“Só espero que o mercado para empréstimos estrangeiros não seque completamente”.
As empresas russas se interessaram por aumentar a quantidade de empréstimos depois que alguns dos bancos mais importantes do mundo, como o ING Groep NV, reduziram o custo da dívida para ajudar a entabular relações lucrativas.
Os banqueiros podem reavaliar os potenciais negócios, pois os EUA e líderes globais condenaram a incursão militar da Rússia na Ucrânia e há ameaças de sanções econômicas e diplomáticas.
Títulos e swaps
A margem média dos empréstimos denominados em dólar das empresas russas caiu para cerca de 2 por cento mais que as taxas de referência em 2013, em comparação com 3 por cento em 2012, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Isso levou as empresas russas a assinar US$ 52 bilhões em empréstimos denominados em dólares no ano passado, em comparação com US$ 38 bilhões no ano anterior, mostram os dados.
A crise na Ucrânia elevou ontem os custos de cobertura da dívida da Rússia contra perdas. Os swaps de crédito aumentaram 43 pontos-base para 234 pontos-base, a maior alta desde o dia 24 de junho, de acordo com os preços compilados pela CMA. Os contratos caíram para 214 às 13h30 em Londres e a Rússia deu um passo atrás para evitar o agravamento da situação.
Os rendimentos médios dos títulos corporativos russos subiram 42 pontos-base ontem para 6,25 por cento, o mais alto desde o dia 25 de junho, de acordo com dados do índice JPMorgan Chase Co.
A VimpelCom está buscando uma linha de crédito de US$ 2 bilhões e usará parte da capacidade para refinanciar a dívida, disseram três fontes com conhecimentos sobre o financiamento no dia 25 de fevereiro. Artem Minaev, porta-voz da VimpelCom, não quis comentar o acordo.
‘Desativar risco’
“Estamos mais em um modo de ‘desativar risco’ e todos estão esperando os resultados provisórios dos eventos da Ucrânia e quais tipos de sanções recairão sobre a Rússia”, disse Alexey Bulgakov, analista de renda fixa do Sberbank CIB, o maior credor da Rússia, em declaração por e-mail. “Enquanto isso não se tornar mais claro será difícil definir o preço do risco para qualquer instrumento de dívida”.
Os eventos da Ucrânia prejudicarão os fluxos de capital para a Rússia e as perspectivas de crescimento do país, disseram os analistas do Barclays, como Christian Keller de Londres, em um relatório. Uma impressão negativa em relação ao crédito russo permanecerá depois que a crise na Ucrânia aliviar, disseram.
O presidente russo Vladimir Putin acalmou ontem as preocupações em relação a uma iminente invasão, ajudando o índice de ações do país, Micex, a subir 5,3 por cento.
O rublo ganhou cerca de 1 por cento frente à reserva de dólar e euro usada pelo Banco Central, que aumentou inesperadamente sua taxa básica de juros em 150 pontos-base, ou 1,5 pontos porcentuais, para 7 por cento no dia 3 de fevereiro.
“Quando a situação já não parecer tão assustadora os melhores nomes russos abrirão o mercado com novos negócios”, disse Dudkin da UralSib. As empresas podem obter empréstimos sindicalizados antes de voltar ao mercado de títulos porque “geralmente é mais fácil para um mutuário se explicar ante os bancos que já o conhecem”.