Negócios

Para corretora, garrafa de um litro da Ambev não será condenada

Rivais movem ação contra embalagem, que traz o nome da AmBev em alto-relevo

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Na última quinta-feira (20/08), a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) pediu a abertura de investigações na Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra a garrafa de 1 litro, lançada em 2008 e usada por marcas de cerveja da AmBev. Segundo a associação, a garrafa, que traz o nome da AmBev em alto-relevo, pode causar prejuízo aos concorrentes porque eles não poderão utilizá-la. Na visão dos analistas da corretora Ativa, no entanto, a companhia não deve ser condenada nessa ação e o caso não deve impactar seu desempenho.

Segundo a Ativa, a posição de líder absoluta de mercado faz com que este tipo de processo seja bastante comum contra a AmBev. A companhia recentemente foi condenada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a pagar multa referente a um programa de fidelização de bares e deve recorrer da decisão. Ao divulgar seu balanço do segundo trimestre de 2009, a AmBev anunciou que não separaria recursos para constituir provisão para arcar com tais despesas, por se tratar de uma contingência "possível, mas não provável".

Mercado

A Abrabe diz que não questiona o tamanho dos vasilhames usados pela AmBev, e sim o fato de que as garrafas levam o nome da companhia em alto-relevo. De acordo com a associação, essa característica impede que a garrafa seja reutilizada por outras empresas da mesma forma como é feito com as embalagens de 600 ml retornáveis.

O uso da garrafa também prejudica a concorrência e a livre escolha do consumidor, segundo a Abrabe. A distinção entre as garrafas dificultaria o processo de separação nos pontos de venda, o que poderia levá-los a se tornar fiéis às marcas da AmBev, prejudicando as concorrentes.

Como reação ao lançamento da AmBev, a Abrabe divulgou, no início de agosto, que colocou à disposição do mercado a "Garrafa Livre" de 1 litro, sem marcas no corpo da garrafa, para que seja usada pelas cervejarias associadas ou não à entidade.

Penalizada

A AmBev já havia sido multada, no fim de julho, em 352,7 milhões de reais pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Esta foi a maior multa já aplicada pelo órgão antitruste, fato que acabou refletindo no desempenho dos papéis da companhia. No pregão do dia 22 de julho, as ações da AmBev (AMBV4) tiveram queda de 3,32%, a mais expressiva do Ibovespa na ocasião.

A empresa - que atualmente tem 68,9% de participação no mercado brasileiro de cervejas - foi multada por um programa de fidelização de bares lançado no início dos anos 2000. A queixa foi aberta pela rival Schincariol, que detém cerca de 12% do mercado brasileiro de cerveja.

As ações da AmBev (AMBV4) fecharam o pregão desta segunda-feira em queda de 0,57%, a 140,20 reais. O Ibovespa fechou em alta de 0,08%, aos 57.775 pontos.
 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

De entregadores a donos de fábrica: irmãos faturam R$ 3 milhões com pão de queijo mineiro

Como um adolescente de 17 anos transformou um empréstimo de US$ 1 mil em uma franquia bilionária

Um acordo de R$ 110 milhões em Bauru: sócios da Ikatec compram participação em empresa de tecnologia

Por que uma rede de ursinho de pelúcia decidiu investir R$ 100 milhões num hotel temático em Gramado

Mais na Exame