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Corretoras dizem que balanço da Petrobras foi fraco

Ações da estatal despencam e puxam forte queda do Ibovespa

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As ações da Petrobras despencaram depois do anúncio do balanço do terceiro trimestre. Às 15h14, as ações mais negociadas da empresa (PETR4) registravam baixa de 10,58%, para 21,38 reais na Bovespa. Embora a companhia tenha registrado lucro recorde no período (10,85 bilhões de reais), corretoras classificaram o desempenho operacional como "abaixo das expectativas", "fraco" e "decepcionante".

O lucro recorde da Petrobras no terceiro trimestre deste ano foi 96% maior que igual período do ano passado (5,5 bilhões de reais). Na comparação com os três meses anteriores, o ganho foi de 23,6% (8,7 bilhões de reais). A margem Ebtida (lucro antes de impostos e amortizações), no entanto, ficou em 23,2% - ou 6,2 pontos percentuais abaixo do mesmo período de 2007 (29,4%). Na comparação com o segundo trimestre, quando a margem foi de 33,2%, a queda chegou a 10 pontos percentuais, mesmo com o impacto positivo do reajuste da gasolina e do diesel.

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Para o Itaú, os resultados da empresa são "muito fracos" e trazem "decepção". Embora, à primeira vista o mercado possa ter ficado impressionado com lucro líquido recorde e acima das expectativas, o aumento dos custos corroeu as margens e desanimou os investidores. O lucro só atingiu 10,8 bilhões de reais devido a um impacto positivo da alta do dólar, que contribuiu com 3,4 bilhões para o ganho líquido. Esse montante, no entanto, é apenas contábil e não eleva o caixa da empresa.

A corretora Socopa fez a mesma análise: "acreditamos que os resultados divulgados pela Petrobras ficaram abaixo do esperado". Ao explicar o lucro líquido recorde, a corretora foi taxativa: "O impacto negativo do aumento das despesas operacionais foi reduzido pela expressiva receita financeira de variações cambiais no valor de 3,4 bilhões de reais, ante despesa de 1,1 bilhão de reais no trimestre anterior, que contribuiu para o forte lucro líquido de 10,8 bilhões de reais".

O Banco Espírito Santo segue na mesma direção do Itaú. "Muito embora tenha apresentado um resultado recorde na última linha [o lucro líquido], a forte deterioração das margens da companhia neste trimestre deve ser um fator de preocupação dos investidores, principalmente quando analisamos que boa parte dos incrementos de despesas parece ser recorrente e que o cenário de preços internacionais não será tão favorável, ao menos neste quarto trimestre".

Há duas semanas, o Itaú simulou o efeito da queda do petróleo sobre o balanço da Petrobras. Para a corretora, se o barril permanecer no atual patamar de 60 dólares durante 2009, o lucro da estatal no próximo ano vai cair para 12,7 bilhões de reais. Caso a cotação média do barril seja de 50 dólares, o lucro líquido despencaria para apenas 1,97 bilhão de reais. A corretora, entretanto, vê como mais provável um petróleo cotado a 70 dólares, o que levaria a um lucro de R$ 22,5 bilhões no próximo ano - ainda assim uma queda de 27% sobre o resultado projetado para 2008 (29,9 bilhões de reais).

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