Copom não deve alterar taxa de juros na reunião desta semana, preveem analistas
Atualmente em 8,75% ao ano, a meta para a taxa Selic neste e no próximo ano é de 4,5% *
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) não esperam mais reduções da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai se reunir nesta terça-feira (01/09) e na próxima quarta para definir a taxa de juros.
Atualmente a Selic está em 8,75% ao ano. Os analistas também mantiveram a projeção para os juros básicos ao final de 2010 em 9,25% ao ano. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central.
O BC usa a Selic para controlar a inflação e cabe à autoridade monetária perseguir a meta de 4,5% para este e o próximo ano. Essa meta, definida com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior é 6,5%.
Os analistas esperam que neste ano o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 4,29%, abaixo dos 4,32% previstos no boletim da semana passada. Para 2010, foi mantida a previsão de 4,30%.
Os analistas consultados pelo BC também fazem projeção para outros índices de inflação. No caso do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) a expectativa é de deflação neste ano. As projeções para os dois índices passaram de -0,57% para -0,64% e de -0,73% para -0,72%, respectivamente.
No caso do Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), a estimativa foi mantida em 4,12%. Para 2010, a projeção para esses três índices é de 4,5%.
Em relação ao preços administrados, os analistas mantiveram as expectativas de 4,20% neste ano e de 3,50% em 2010.
Quanto ao desempenho da economia, foi mantida a projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,30% neste ano e de crescimento de 4% em 2010. Para a produção industrial, os analistas alteraram a estimativa de retração de 7,05% para 6,93% neste ano. Em 2010, eles esperam crescimento de 5,10% e não mais de 5,05%.
Foi alterada também a projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 42,25% para 42,43% neste ano e de 40,95% para 41% em 2010.
O dólar deve valer 1,85 real ao final de 2009 e de 2010, a mesma estimativa do boletim anterior. A projeção para o superávit comercial neste ano foi alterada de 23,7 bilhões de dólares para 24 bilhões de dólares. Para 2010, a expectativa foi mantida em18 bilhões de dólares.
Para o déficit em transações correntes (registro das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), os analistas ajustaram a estimativa de 14,55 bilhões de dólares para 15 bilhões de dólares. Eles não alteraram a expectativa de déficit em conta corrente de 22 bilhões de dólares em 2010.
A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em 25 bilhões de dólares neste ano e em 30 bilhões de dólares em 2010.
* As informações são da Agência Brasil