Companhias nacionais buscam US$ 5 bilhões no exterior
O montante é ainda pequeno se comparado com os volumes do ano passado
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2015 às 11h39.
São Paulo - A divulgação do balanço da Petrobras e o esforço da equipe do governo para promover o ajuste fiscal motivaram a busca de mais de US$ 5 bilhões no exterior por grandes empresas brasileiras nas últimas duas semanas.
O montante, que envolve empréstimo sindicalizado com bancos estrangeiros e por meio de bônus, é ainda pequeno se comparado com os volumes do ano passado.
De janeiro a abril de 2014, só no mercado de dívida, foram tomados US$ 22 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Vale e Suzano Papel e Celulose concluíram na semana passada operações de empréstimo sindicalizado, com um grupo de bancos estrangeiros, somando US$ 3,6 bilhões.
No mercado de bônus, o total captado supera US$ 1,5 bilhão, com a emissão de 500 milhões (US$ 568 milhões) da Votorantim Cimentos e US$ 1 bilhão do Itaú Unibanco.
Segundo fontes de mercado, o grupo Votorantim também estaria trabalhando em um empréstimo sindicalizado rotativo, que funciona como um cheque especial, no valor de US$ 1,2 bilhão, para ser dividido em US$ 700 milhões ao Votorantim Cimentos e US$ 500 milhões ao Votorantim Industrial.
Em ambos os mercados, a expectativa dos profissionais é de que os volumes a serem captados neste ano sejam inferiores aos do ano passado.
"No começo de 2015, esperávamos uma demanda mais forte, com as empresas buscando se antecipar a necessidades futuras, e por consequência, um certo aumento nos spreads (custo do empréstimo para os tomadores). Mas essa expectativa não se concretizou e os spreads estão próximos dos patamares do ano passado", disse Rogério Monori, diretor vice-presidente do Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil.
Monori explica que o enfraquecimento do ambiente macroeconômico fez as empresas revisarem suas necessidades de recursos, enquanto a liquidez (oferta de dinheiro) pelos bancos segue elevada.
O executivo do Tokyo-Mitsubishi lembra que a dinâmica do mercado de empréstimo sindicalizado é diferente do mercado de dívida, ou seja, é menos sensível às notícias macroeconômicas.
"Este é um mercado de longo prazo, onde os bancos têm interesses de longo prazo", disse.
Segundo ele, embora as condições macroeconômicas possam levar alguns bancos a reduzir o apetite pelo País, existem instituições atraídas pelo Brasil, como as da Europa e as da Ásia, onde a demanda por empréstimos pelas empresas é limitada pelo fraco desempenho das respectivas economias.
Tal liquidez contribuiu para a concretização da captação de US$ 600 milhões pela Suzano Papel Celulose, por meio de um empréstimo sindicalizado, sendo a primeira companhia sem grau de investimento a acessar essa linha este ano.
"Foi um teste para as boas empresas sem grau de investimento", disse o executivo. A Suzano previa captar US$ 500 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A divulgação do balanço da Petrobras e o esforço da equipe do governo para promover o ajuste fiscal motivaram a busca de mais de US$ 5 bilhões no exterior por grandes empresas brasileiras nas últimas duas semanas.
O montante, que envolve empréstimo sindicalizado com bancos estrangeiros e por meio de bônus, é ainda pequeno se comparado com os volumes do ano passado.
De janeiro a abril de 2014, só no mercado de dívida, foram tomados US$ 22 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Vale e Suzano Papel e Celulose concluíram na semana passada operações de empréstimo sindicalizado, com um grupo de bancos estrangeiros, somando US$ 3,6 bilhões.
No mercado de bônus, o total captado supera US$ 1,5 bilhão, com a emissão de 500 milhões (US$ 568 milhões) da Votorantim Cimentos e US$ 1 bilhão do Itaú Unibanco.
Segundo fontes de mercado, o grupo Votorantim também estaria trabalhando em um empréstimo sindicalizado rotativo, que funciona como um cheque especial, no valor de US$ 1,2 bilhão, para ser dividido em US$ 700 milhões ao Votorantim Cimentos e US$ 500 milhões ao Votorantim Industrial.
Em ambos os mercados, a expectativa dos profissionais é de que os volumes a serem captados neste ano sejam inferiores aos do ano passado.
"No começo de 2015, esperávamos uma demanda mais forte, com as empresas buscando se antecipar a necessidades futuras, e por consequência, um certo aumento nos spreads (custo do empréstimo para os tomadores). Mas essa expectativa não se concretizou e os spreads estão próximos dos patamares do ano passado", disse Rogério Monori, diretor vice-presidente do Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil.
Monori explica que o enfraquecimento do ambiente macroeconômico fez as empresas revisarem suas necessidades de recursos, enquanto a liquidez (oferta de dinheiro) pelos bancos segue elevada.
O executivo do Tokyo-Mitsubishi lembra que a dinâmica do mercado de empréstimo sindicalizado é diferente do mercado de dívida, ou seja, é menos sensível às notícias macroeconômicas.
"Este é um mercado de longo prazo, onde os bancos têm interesses de longo prazo", disse.
Segundo ele, embora as condições macroeconômicas possam levar alguns bancos a reduzir o apetite pelo País, existem instituições atraídas pelo Brasil, como as da Europa e as da Ásia, onde a demanda por empréstimos pelas empresas é limitada pelo fraco desempenho das respectivas economias.
Tal liquidez contribuiu para a concretização da captação de US$ 600 milhões pela Suzano Papel Celulose, por meio de um empréstimo sindicalizado, sendo a primeira companhia sem grau de investimento a acessar essa linha este ano.
"Foi um teste para as boas empresas sem grau de investimento", disse o executivo. A Suzano previa captar US$ 500 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.