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Combate ao tabagismo vira negócio para a indústria farmacêutica

GlaxoSmithKline lança campanha antitabagista na Itália para elevar as vendas de seu remédio que reduz a dependência de nicotina

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As campanhas de combate ao fumo, geralmente promovidas por associações e governos preocupados com a saúde pública, ganharam uma aliada de peso: a indústria farmacêutica. O setor percebeu que o movimento antitabagista pode também aumentar seus negócios. É o caso do laboratório GlaxoSmithKline, que veiculará na Itália, a partir desta semana, peças publicitárias alertando para os males do cigarro. A empresa investirá 5 milhões de euros na campanha.

"Fumar é a maior causa de mortalidade nos países desenvolvidos", afirmou ao jornal britânico Financial Times Jack Ziegler, diretor da Divisão de Cuidados com a Saúde da Glaxo. "Nós estamos atuando nesses países assim que eles mostram mudanças de atitude em relação ao fumo", disse, referindo-se à proibição de consumir cigarros em lugares públicos que começa a vigorar na Itália a partir desta segunda-feira (10/1).

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A lei está gerando polêmica entre os italianos. O governo determinou uma multa de 2 000 euros (cerca de 2 610 dólares) para o estabelecimento que desrespeitar a proibição. Os proprietários de bares e restaurantes alegam que não desejam se tornar xerifes do Estado e, mesmo que o fizessem, não teriam como fiscalizar se os clientes estão fumando.

Mercado crescente

As doenças associadas ao fumo matam cerca de 90 000 pessoas por ano na Itália. O país possui 18 milhões de fumantes dentro de uma população de 58 milhões de pessoas. Pressionada pela queda dos lucros causada pelaconcorrência com os medicamentos genéricos, a Glaxo está buscando alternativas para incrementar suas vendas, como o combate ao tabagismo. A empresa atua no segmento de terapias alternativas ao fumo com seu remédio NiQuitin.

A experiência da Glaxo na Irlanda mostra que a iniciativa de apoiar a proibição do fumo é promissora. Embora alguns estados americanos tenham proibido o fumo em estabelecimentos públicos desde 2003, a Irlanda foi o primeiro país a estender a medida para todo seu território, em março do ano passado. Desde então, as vendas do NiQuitin na Irlanda cresceram 36%.

No Reino Unido, o laboratório domina o mercado de terapias de substituição à nicotina. Suas vendas alcançam cerca de 160 milhões de libras por ano, o equivalente a 229 milhões de euros. O bom desempenho nesses mercados incentivou a Glaxo a buscar outros países. Além da Itália, a companhia planeja ações semelhantes, neste ano, em Portugal e na Espanha. A iniciativa está sendo seguida por seus concorrentes. A Pfizer também registrou um aumento de venda dos produtos antifumo.

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