Com compra do HSBC, Bradesco ganha clientes mais ricos
Um dos principais atrativos do HSBC é a sua reconhecida clientela de alta renda - são 1 milhão de correntistas nesse segmento
Karin Salomão
Publicado em 3 de agosto de 2015 às 12h35.
São Paulo – Com a aquisição do HSBC por 5,2 bilhões de dólares, cerca de 17,7 bilhões de reais, o Bradesco amplia sua presença no território nacional e no segmento de correntistas de alta renda.
O banco adquiriu a totalidade da operação do HSBC no Brasil, o que inclui varejo, seguros e administração de ativos, bem como todas as agências e clientes.
Um dos principais atrativos do HSBC, além do ganho de escala, é a sua clientela de alta renda, afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Cerca de 1 milhão de correntistas, de um total de 5 milhões, são classificados nesse segmento.
Além disso, o HSBC também oferece private banking, serviços bancários personalizados para indivíduos de alta renda, para cerca de 1,6 mil famílias.
Maior
Desde a criação do Bradesco, em 1943, o banco já realizou 48 aquisições, entre fundos de investimentos, seguradoras, cartões de crédito e outros bancos.
No entanto, "a relevância do HSBC no mercado brasileiro supera todas as outras aquisições", afirmou o presidente do Bradesco, em coletiva com a imprensa.
Para o Bradesco, a aquisição garante um aumento de escala e presença no território nacional, além de complementar públicos e serviços. A compra também fortalece a posição do Bradesco nas regiões Sul e Sudeste.
Isso significa que, com a compra do HSBC, o Bradesco passa a ter 9.460 agências e postos de atendimento, cerca de 23,8% do total das agências no país, atrás apenas do Banco do Brasil.
Em número de correntistas, serão 31,5 milhões, também atrás do banco estatal. Mais importante, o Bradesco encosta no seu principal concorrente, Itaú, em ativos totais, que chegam a 1,19 trilhão de reais com a compra.
Sinergias
O presidente do Bradesco afirmou que o HSBC tem baixa sobreposição de agências e de clientes com o Bradesco, mas não comentou detalhes sobre cortes nessas áreas.
Segundo ele, os ganhos de sinergias serão principalmente em tecnologias, logística e no relacionamento com fornecedores.
O faturamento do banco, disse o presidente, deve crescer com novos produtos, integração de plataformas digitais e clientes.