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CMPC inicia obra de R$ 5 bilhões em fábrica de celulose

O projeto vai elevar a capacidade instalada no complexo industrial em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, das atuais 450 mil para 1,8 milhão de toneladas por ano

Fábrica de papel: segundo especialistas em celulose, a demanda mundial pelo produto cresce cerca de 1,5 milhão de toneladas por an (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 10h30.

Porto Alegre - A Celulose Riograndense, empresa do grupo chileno CMPC, lançou, na quinta-feira, 8, a pedra fundamental das obras de ampliação de seu complexo industrial em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre.

O projeto vai elevar a capacidade instalada no local das atuais 450 mil para 1,8 milhão de toneladas por ano. O investimento total, incluindo florestas e logística, deve ficar em R$ 5 bilhões.

O início das obras vem na esteira de uma discussão entre as maiores produtoras de celulose do Brasil sobre a capacidade do mercado de absorver novas ofertas do produto.

Nesta semana, o presidente da Suzano, Walter Schalka, disse que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deveria organizar a fila de projetos de celulose para evitar que uma superoferta e, por consequência, uma queda no preço mundial de celulose (o Brasil é líder global em celulose de fibra curta, extraída do eucalipto).

As declarações de Schalka se relacionavam à forte expansão da Eldorado Celulose, projeto do grupo J&F (dono da JBS). A empresa inaugurou, no fim do ano passado, sua primeira fábrica, com 1,5 milhão de toneladas de capacidade, e já programa uma nova unidade de 2 milhões de toneladas para 2017. Ambas terão recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES).

Após a polêmica entre Suzano e Eldorado, o banco de fomento declarou que não vai intervir no mercado, embora garanta que analise as condições do mercado ao liberar recursos para projetos industriais.


O presidente da Celulose Riograndense, Walter Nunes, também rejeita a ideia de o BNDES regular de alguma forma o mercado de celulose. “O banco não pode ficar regulando setores”, ressaltou o executivo. “O empreendedor sabe a hora de entrar (em um negócio).”

Os executivos da CMPC admitiram, no entanto, que o aumento da oferta de celulose no mercado pode ter impacto no preço no curto prazo. Isso porque, além do projeto em Guaíba, outros dois devem entrar em operação no curto prazo: uma nova unidade da Suzano, no fim de 2013, e uma da multinacional finlandesa Stora Enso, no Uruguai, no ano que vem.

Segundo especialistas em celulose, a demanda mundial pelo produto cresce cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano, o equivalente ao tamanho médio atual de uma unidade produtora.

A nova fábrica de Guaíba deverá entrar em operação no segundo semestre de 2015. O complexo deverá empregar 4,1 mil pessoas (hoje, a empresa já tem 2,8 mil funcionários, e mais 1,3 mil deverão ser contratados por causa da expansão). Na fase de obras, a expectativa da companhia é que 7 mil postos de trabalho sejam criados.

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Porto Alegre - A Celulose Riograndense, empresa do grupo chileno CMPC, lançou, na quinta-feira, 8, a pedra fundamental das obras de ampliação de seu complexo industrial em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre.

O projeto vai elevar a capacidade instalada no local das atuais 450 mil para 1,8 milhão de toneladas por ano. O investimento total, incluindo florestas e logística, deve ficar em R$ 5 bilhões.

O início das obras vem na esteira de uma discussão entre as maiores produtoras de celulose do Brasil sobre a capacidade do mercado de absorver novas ofertas do produto.

Nesta semana, o presidente da Suzano, Walter Schalka, disse que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deveria organizar a fila de projetos de celulose para evitar que uma superoferta e, por consequência, uma queda no preço mundial de celulose (o Brasil é líder global em celulose de fibra curta, extraída do eucalipto).

As declarações de Schalka se relacionavam à forte expansão da Eldorado Celulose, projeto do grupo J&F (dono da JBS). A empresa inaugurou, no fim do ano passado, sua primeira fábrica, com 1,5 milhão de toneladas de capacidade, e já programa uma nova unidade de 2 milhões de toneladas para 2017. Ambas terão recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES).

Após a polêmica entre Suzano e Eldorado, o banco de fomento declarou que não vai intervir no mercado, embora garanta que analise as condições do mercado ao liberar recursos para projetos industriais.


O presidente da Celulose Riograndense, Walter Nunes, também rejeita a ideia de o BNDES regular de alguma forma o mercado de celulose. “O banco não pode ficar regulando setores”, ressaltou o executivo. “O empreendedor sabe a hora de entrar (em um negócio).”

Os executivos da CMPC admitiram, no entanto, que o aumento da oferta de celulose no mercado pode ter impacto no preço no curto prazo. Isso porque, além do projeto em Guaíba, outros dois devem entrar em operação no curto prazo: uma nova unidade da Suzano, no fim de 2013, e uma da multinacional finlandesa Stora Enso, no Uruguai, no ano que vem.

Segundo especialistas em celulose, a demanda mundial pelo produto cresce cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano, o equivalente ao tamanho médio atual de uma unidade produtora.

A nova fábrica de Guaíba deverá entrar em operação no segundo semestre de 2015. O complexo deverá empregar 4,1 mil pessoas (hoje, a empresa já tem 2,8 mil funcionários, e mais 1,3 mil deverão ser contratados por causa da expansão). Na fase de obras, a expectativa da companhia é que 7 mil postos de trabalho sejam criados.

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