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China Three Gorges mira eólicas e solares no Brasil

Após comprar hidrelétricas, a estatal chinesa prepara-se agora para em usinas eólicas e solares

Energia eólica e energia solar: a elétrica abriu escritório no país em 2013 (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 18h42.

São Paulo - A elétrica estatal chinesa China Three Gorges (CTG), que nos últimos anos investiu mais de 15 bilhões de reais em hidrelétricas no Brasil, prepara-se agora para em usinas eólicas e solares, afirmou à Reuters o presidente da companhia no país.

A elétrica, que abriu escritório no país em 2013, tem avaliado diversas oportunidades de aquisição no mercado brasileiro e pode fechar algum negócio para estrear nessas novas fontes renováveis em até um ano.

As aquisições têm sido o caminho preferencial para a expansão dos chineses no Brasil, que inclui até o momento a compra de participação em hidrelétricas e eólicas da EDP Energias do Brasil e de duas usinas hídricas da Triunfo, além das hidrelétricas assumidas neste mês, que pertenciam à Cesp.

"Nos primeiros dois anos nosso foco tem sido mais hidrelétricas, mas no futuro nós podemos começar a ter um pouco mais de renováveis... temos olhado as renováveis mais seriamente, e até que possamos fechar alguma coisa deve levar algo entre seis meses e um ano", afirmou Li Yinsheng, que comanda a CTG no Brasil.

A gigante chinesa foi apontada recentemente como uma das interessadas em adquirir uma fatia na Renova Energia, braço de investimento em renováveis da mineira Cemig que tem procurado um novo sócio.

Li não quis comentar nenhuma transação específica, mas disse que a empresa avalia "diferentes oportunidades" no país por meio de uma equipe especializada em fusões e aquisições.

No longo prazo, no entanto, a China Three Gorges também pretende desenvolver projetos próprios no Brasil a partir do zero, ao invés de focar o crescimento apenas em compras de ativos.

"Desse jeito podemos criar mais valor e criar mais empregos", disse Li.

Questionado sobre o ritmo dos investimentos no país, o executivo disse não haver uma meta em valores ou capacidade instalada, com a expansão sendo guiada pelas oportunidades.

"Não temos um número definido... temos que ter um bom perfil entre risco e retorno", disse.

O executivo também preferiu não comentar se os ativos brasileiros estão baratos para os chineses no atual momento de crise. "Não podemos dizer que esse é um bom ou mau preço, o preço é estabelecido pelo mercado".

Além da Three Gorges, outra chinesa que tem marcado presença no mercado brasileiro é a State Grid, que estreou no país em 2011, também por meio de aquisições.

Na semana passada, a companhia anunciou a compra da fatia de 23 por cento da Camargo Corrêa na CPFL Energia, em um negócio avaliado em 5,8 bilhões de reais.

O valor, no entanto, pode ser bem maior se os demais acionistas da companhia também decidirem vender suas participações no negócio.

HIDRELÉTRICAS DE LEILÃO

A Three Gorges assumiu na semana passada a operação de duas hidrelétricas da Cesp que somam cerca de 5 gigawatts em potência e tornou-se assim a sétima maior geradora do Brasil, com quase 6 gigawatts em operação.

A empresa fica atrás apenas de subsidiárias da estatal federal Eletrobras, da privada Tractebel, controlada pela francesa Engie, e da também estatal Petrobras, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Foi um bom negócio", afirmou Li sobre a compra dos direitos sobre as usinas da Cesp, que foram licitadas pelo governo federal após o final de suas concessões. O negócio envolveu 13,8 bilhões de reais.

Neste ano o governo deve realizar mais um leilão desse tipo, que deverá oferecer mais de 2 gigawatts em hidrelétricas já em operação.

Questionado sobre o interesse no certame, Li disse é cedo para falar do assunto e que a empresa irá avaliar a participação assim que forem definidas regras e usinas que serão oferecidas.

Responsável pela construção da maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada, a usina chinesa de Três Gargantas, a Three Gorges teve receita operacional de 10,12 bilhões de dólares em 2015, com lucro de 4,6 bilhões de dólares.

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A elétrica, que abriu escritório no país em 2013, tem avaliado diversas oportunidades de aquisição no mercado brasileiro e pode fechar algum negócio para estrear nessas novas fontes renováveis em até um ano.

As aquisições têm sido o caminho preferencial para a expansão dos chineses no Brasil, que inclui até o momento a compra de participação em hidrelétricas e eólicas da EDP Energias do Brasil e de duas usinas hídricas da Triunfo, além das hidrelétricas assumidas neste mês, que pertenciam à Cesp.

"Nos primeiros dois anos nosso foco tem sido mais hidrelétricas, mas no futuro nós podemos começar a ter um pouco mais de renováveis... temos olhado as renováveis mais seriamente, e até que possamos fechar alguma coisa deve levar algo entre seis meses e um ano", afirmou Li Yinsheng, que comanda a CTG no Brasil.

A gigante chinesa foi apontada recentemente como uma das interessadas em adquirir uma fatia na Renova Energia, braço de investimento em renováveis da mineira Cemig que tem procurado um novo sócio.

Li não quis comentar nenhuma transação específica, mas disse que a empresa avalia "diferentes oportunidades" no país por meio de uma equipe especializada em fusões e aquisições.

No longo prazo, no entanto, a China Three Gorges também pretende desenvolver projetos próprios no Brasil a partir do zero, ao invés de focar o crescimento apenas em compras de ativos.

"Desse jeito podemos criar mais valor e criar mais empregos", disse Li.

Questionado sobre o ritmo dos investimentos no país, o executivo disse não haver uma meta em valores ou capacidade instalada, com a expansão sendo guiada pelas oportunidades.

"Não temos um número definido... temos que ter um bom perfil entre risco e retorno", disse.

O executivo também preferiu não comentar se os ativos brasileiros estão baratos para os chineses no atual momento de crise. "Não podemos dizer que esse é um bom ou mau preço, o preço é estabelecido pelo mercado".

Além da Three Gorges, outra chinesa que tem marcado presença no mercado brasileiro é a State Grid, que estreou no país em 2011, também por meio de aquisições.

Na semana passada, a companhia anunciou a compra da fatia de 23 por cento da Camargo Corrêa na CPFL Energia, em um negócio avaliado em 5,8 bilhões de reais.

O valor, no entanto, pode ser bem maior se os demais acionistas da companhia também decidirem vender suas participações no negócio.

HIDRELÉTRICAS DE LEILÃO

A Three Gorges assumiu na semana passada a operação de duas hidrelétricas da Cesp que somam cerca de 5 gigawatts em potência e tornou-se assim a sétima maior geradora do Brasil, com quase 6 gigawatts em operação.

A empresa fica atrás apenas de subsidiárias da estatal federal Eletrobras, da privada Tractebel, controlada pela francesa Engie, e da também estatal Petrobras, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Foi um bom negócio", afirmou Li sobre a compra dos direitos sobre as usinas da Cesp, que foram licitadas pelo governo federal após o final de suas concessões. O negócio envolveu 13,8 bilhões de reais.

Neste ano o governo deve realizar mais um leilão desse tipo, que deverá oferecer mais de 2 gigawatts em hidrelétricas já em operação.

Questionado sobre o interesse no certame, Li disse é cedo para falar do assunto e que a empresa irá avaliar a participação assim que forem definidas regras e usinas que serão oferecidas.

Responsável pela construção da maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada, a usina chinesa de Três Gargantas, a Three Gorges teve receita operacional de 10,12 bilhões de dólares em 2015, com lucro de 4,6 bilhões de dólares.

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