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Capitalização da Petrobras só sai com aprovação até abril

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A operação de capitalização da Petrobras, que pode se transformar no maior aumento de capital da história, corre o risco de não se realizar em 2010 se o Congresso não aprovar até abril o projeto de lei que autoriza o negócio, afirmou uma fonte chave envolvida no processo. Segundo a […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A operação de capitalização da Petrobras, que pode se transformar no maior aumento de capital da história, corre o risco de não se realizar em 2010 se o Congresso não aprovar até abril o projeto de lei que autoriza o negócio, afirmou uma fonte chave envolvida no processo.

Segundo a fonte, que pediu anonimato, o final de abril seria uma data limite para formatar o negócio e levá-lo ao mercado antes do período de férias no hemisfério norte, quando tradicionalmente se fecha a janela de captações de grande porte.

Depois das férias nos EUA e na Europa, em setembro, o período eleitoral praticamente inviabilizaria o negócio que, dependendo do resultado das eleições, poderia até não acontecer mais.

Para a fonte, a aprovação no Congresso "é praticamente certa", principlamente após o pedido de urgência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para quando os projetos chegarem ao Senado, o que dará um teto de 45 dias para que sejam votados.

Depois de aprovado no Senado, a Petrobras conseguiria colocar a operação no mercado em 90 dias, garantiu a fonte.

"Se passar do final de abril fica crítico", setenciou.

O projeto ainda precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados, para depois ir ao Senado.

A demora da aprovação prejudica principalmente a elaboração do Plano Estratégico da Petrobras, que já deveria ter sido divulgado. O plano anterior previa investimentos de 174,4 bilhões de dólares para o período de 2009-2013. Desta vez, entre 2010 e 2014, a cifra deve ultrapassar os 200 bilhões de dólares.

"Por enquanto o trabalho (para a capitalização) é interno, não está sendo feito nada fora da empresa, mas estamos preparando para quando o projeto for aprovado ter condições de fazer logo", explicou a fonte.

A capitalização pode gerar uma injeção no caixa da empresa de até 35 bilhões de dólares, se todos os minoritários exercerem o direito de subscrição. A parte do governo será trocada por reservas de petróleo ainda não licitadas na região do pré-sal da bacia de Santos, no limite de 5 bilhões de barris de óleo equivalente.

Em entrevista nesta quarta-feira à Reuters, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que se a capitaliação não for votada nesta tarde na Câmara, como está sendo esperado, será aprovada logo depois do Carnaval.

"Ainda este mês eu garanto (a votação) na Câmara e depois vai para a urgência do Senado. É preciso aprovar, a Petrobras necessita dessa capitalização", disse o ministro.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, a capitalização da empresa deve ocorrer, após a pressão sobre o Senado, mas será anunciada de acordo com a agenda eleitoral da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, que deverá ficar com a responsabilidade de anunciar o novo Plano Estratégico bilionário da Petrobras.

"Deve ser um número estrondoso, mais de 200 bi (bilhões de dólares), e não teria sentido anunciar agora, até porque se fosse agora, iriam pegar onde?", avaliou o consultor, lembrando que o mercado financeiro ainda vive um tipo de ressaca da crise, o que lança algumas dúvidas sobre o potencial de sucesso da mega operação.

 

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