Negócios

“Caminhão-carro” dispensa CNH especial e vira alternativa na pandemia

Diante da expansão das entregas urbanas na quarentena e da taxa básica de juros em mínima histórica, o empreendedor tem estímulos para ter logística própria

Caminhão Delivery Express dispensa carteira de habilitação para veículos pesados (Volkswagen Caminhões e Ônibus/Divulgação)

Caminhão Delivery Express dispensa carteira de habilitação para veículos pesados (Volkswagen Caminhões e Ônibus/Divulgação)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 12 de setembro de 2020 às 08h00.

Com a expansão significativa do e-commerce em meio à pandemia, o segmento de entregas urbanas cresceu e estimulou a renovação da frota de caminhões, principalmente porque o ambiente de juros baixos favorece a compra de veículos. Para pequenos e médios empresários, o "caminhão-carro" da Volkswagen, que pode ser conduzido com habilitação comum (ou "B"), virou uma alternativa na crise.

O caminhão da montadora na verdade é o Delivery Express, mas é chamado assim internamente por dispensar habilitação para veículos pesados. É voltado tanto para frotistas quanto para autônomos e pequenos empresários.

"Este produto tem inúmeras vantagens. Além de ser o único caminhão que não exige carteira especial para dirigir, também paga pedágio como carro de passeio, o que acaba sendo muito mais econômico", garante Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em entrevista exclusiva à EXAME.

Segundo o executivo, de janeiro a agosto as vendas do modelo atingiram 2.086 unidades, número praticamente estável em relação ao volume comercializado no mesmo período do ano passado (2.167). Ao mesmo tempo, o setor de caminhões registrou uma queda de 14,9% das vendas totais no acumulado de 2020.

"A demanda está muito aquecida  no segmento de entregas urbanas. Na pandemia, este mercado não está sofrendo", diz Cortes.

O executivo explica que o mercado brasileiro nunca teve uma taxa básica de juros tão baixa, o que faz com que a propensão a investir em caminhões aumente. "Com a crescente tendência de entregas, o empreendedor faz as contas e decide por fazer sua logística internamente".

Interior do modelo (Volkswagen Caminhões e Ônibus/Divulgação)

Ele acrescenta que as instituições financeiras estão com taxas bastante competitivas e sempre há a opção do banco de montadora, que é voltado para fomentar o setor.

Além do Delivery Express convencional, a montadora reserva a versão elétrica do modelo para o futuro próximo, dentro do projeto do e-Delivery, primeiro caminhão elétrico a ser produzido em série no Brasil, na fábrica da Volkswagen Caminhões em Resende, no Rio de Janeiro.

"As nossas soluções são sempre voltadas para o mercado brasileiro, por isso têm dado muito certo", afirma Cortes.

Acompanhe tudo sobre:CaminhõesCoronavírusMontadoras

Mais de Negócios

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Após crise de R$ 5,7 bi, incorporadora PDG trabalha para restaurar confiança do cliente e do mercado

Após anúncio de parceria com Aliexpress, Magalu quer trazer mais produtos dos Estados Unidos

De entregadores a donos de fábrica: irmãos faturam R$ 3 milhões com pão de queijo mineiro

Mais na Exame