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Braspelco investe R$ 290 milhões em duas fábricas

A Braspelco, maior exportadora brasileira de couro bovino, inaugura no dia 10 de outubro uma nova fábrica na cidade de Itumbiara, interior de Goiás. A nova unidade custou à empresa, que tem sede em Uberlândia, Minas Gerais, cerca de 190 milhões de reais. Mas os investimentos da Braspelco não param aí. Ainda neste ano, a […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Braspelco, maior exportadora brasileira de couro bovino, inaugura no dia 10 de outubro uma nova fábrica na cidade de Itumbiara, interior de Goiás. A nova unidade custou à empresa, que tem sede em Uberlândia, Minas Gerais, cerca de 190 milhões de reais.

Mas os investimentos da Braspelco não param aí. Ainda neste ano, a empresa inicia a construção de uma outra fábrica, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com um investimento de 100 milhões de reais. Ela deverá ser concluída dentro de cinco anos e contará com recursos do BNDES, do FCO - Fundo Constitucional do Centro-Oeste e também de bancos estrangeiros.

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A fábrica de Itumbiara terá capacidade instalada para produzir até 2 milhões de peças de couro por ano e deverá gerar cerca de 2 800 empregos diretos. Os indiretos poderão chegar a 5 500. Até 2005, a expectativa é que 50% do faturamento da empresa, cerca de 200 milhões de dólares, venham dessa unidade. "Ela é hoje a maior e a mais moderna fábrica de couro do mundo", diz Arnaldo Frizzo, diretor-superintendente da Braspelco.

A Braspelco, fundada por um grupo de empresários gaúchos, mineiros e paulistas, entrou em operação em 1988, na cidade de Uberlândia. Naquele ano, sua produção foi de apenas 248 000 peças de couro. Em 2003, ela deverá chegar a 3,3 milhões de peças. Tais números colocam a empresa na liderança do mercado brasileiro de couro com uma participação de 9,7% e na lista dos dez maiores fabricantes mundiais, com uma fatia de 2%.

Não foram só os números da Braspelco que mudaram drasticamente de 1998 pra cá, mas também o perfil do produto que a empresa vende. Ainda em 1996, quando se transformou no maior exportador brasileiro de couro, o que a Braspelco vendia lá para fora era o chamado wet blue, um couro muito pouco beneficiado. "Basicamente uma commodity, de baixíssimo valor agregado e, por isso, muito barato", afirma Frizzo. Hoje, cerca de 90% das vendas da Braspelco são de couros mais elaborados, usados pelas montadoras de veículos e pela indústria moveleira.

A mudança, explica Frizzo, começou mesmo em 1996, quando grandes fabricantes mundiais de calçados esportivos, como Nike e Reebok, desaceleraram o uso do couro nos seus produtos. O executivo lembra ainda que, até 1986, a exportação do couro era proibida no Brasil. "Ele podia deixar o país, mas só na forma de sapatos que, como indústria de mão-de-obra intensiva, era apoiada pelo governo", diz Frizzo.

Foi quando a direção da Braspelco percebeu que, para abandonar o wet blue, usado pela indústria de sapatos, e direcionar a produção para itens mais elaborados, teria de investir na profissionalização dos funcionários e fornecedores, os frigoríficos. "Criamos em 1996 um programa de melhoria da produção", diz ele. "Na época, 93% dos couros eram cortados manualmente com facas e, por isso, 40% chegavam à Braspelco danificados". A saída, diz Frizzo, foi remunerar os frigoríficos que entregassem para a empresa as peças de couro sem qualquer estrago. "O dinheiro vinha do adicional que recebíamos pelas peças em bom estado", afirma Frizzo. "Metade ia para eles e metade para financiar a compra de máquinas para melhorar os nossos processos".

Em 2002, segundo o anuário Melhores e Maiores, de EXAME, a empresa obteve um faturamento de 233,6 milhões de dólares. Desse valor, as exportações representaram 85%. Frizzo, porém, afirma que há ainda muito potencial para melhorar esses números. Hoje, o Brasil produz 35 milhões de peças de couro e fatura apenas 2,5 bilhões de dólares com exportações. Enquanto isso, a China, que tem produção semelhante, ganha cerca de 11,5 bilhões de dólares com a venda para outros países.

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