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Brasilcel fica com metade do mercado de telefonia celular nacional

Depois de mais de um ano de negociações, a compra da Tele Centro Oeste (TCO), controlada pelo grupo brasileiro Splice, foi finalizada. A Brasilcel, associação entre a Portugal Telecom (dona da Telesp Celular), e a Telefónica Móviles, da Telefônica Celular, pagou 1,408 bilhão de reais por 61,1% do capital votante da TCO. A soma dos […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Depois de mais de um ano de negociações, a compra da Tele Centro Oeste (TCO), controlada pelo grupo brasileiro Splice, foi finalizada. A Brasilcel, associação entre a Portugal Telecom (dona da Telesp Celular), e a Telefónica Móviles, da Telefônica Celular, pagou 1,408 bilhão de reais por 61,1% do capital votante da TCO. A soma dos faturamentos estimados para 2002 da Brasilcel e da TCO é de cerca de 8,5 bilhões de reais.

A Brasilcel já controla cinco operações móveis no país e tem cerca de 14 milhões de clientes. Com a compra da TCO, a base de usuários aumenta para 16,8 milhões, metade do mercado celular brasileiro.

A aquisição da TCO pode ser considerada o primeiro grande passo da tão aguardada consolidação do mercado de telefonia celular brasileiro. O desenho das empresas celulares começa a ser mais bem delineado a partir de agora: o grupo ibérico consolida-se na liderança do mercado. A italiana TIM e o grupo Telecom Americas aparecem em segundo lugar - com possibilidades de compra de operadoras em situações financeiras complicadas, como a paulista BCP. Por fora, corre a brasileira Oi, que também possui grande área de cobertura (16 estados).

A TCO cobre as regiões centro-oeste e norte, está presente em 11 estados e cidades como Brasília. "Um dos pontos mais atrativos da TCO é a cobertura do Distrito Federal", disse Francisco Padinha, presidente da Brasilcel, na coletiva de imprensa que anunciou o acordo da compra. "Além do mais, a TCO é uma das melhores operadoras de celular do Brasil, extremamente bem administrada."

A holding TCO reúne duas operadoras de telefonia móvel: uma, sob a designação TCO, é a líder na região centro-oeste, que inclui as cidades de Brasília e Goiânia, com mais de 75% de participação de mercado; a segunda operadora, a Norte Brasil Telecom (NBT), tem a licença de Banda B (licenças concedidas posteriormente às de Banda A, como a que detém a TCO) no norte do país, incluindo cidades como Manaus e Belém. A NBT tem 37% do mercado na sua região e foi a primeira empresa de banda B do Brasil a apresentar lucro, em 2001.

Somada à atual área de cobertura da Telesp Celular e da Telefônica Celular - região sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe -, a atuação do grupo ibérico fica concentrada no maior filão do mercado. A área da TCO cobre 12% do PIB nacional e abrange um mercado potencial de 31 milhões de habitantes, equivalente a 18% da população total brasileira. Esse mercado apresenta uma baixa taxa de penetração móvel: 20% no centro-oeste e 9% no norte. Com a aquisição da TCO, a Brasilcel atingirá praticamente todo o mercado brasileiro: cobrirá 80% do PIB e 86% do território.

Dívida de R$ 660 mi

O acordo de compra e venda de ações entre a associação Brasilcel e a Tele Centro Oeste Celular (TCO) prevê que a Telesp Celular Participações S.A. vai assumir uma dívida de 660 milhões de reais do grupo Splice.

De acordo com o fato relevante enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), a dívida está em debêntures emitidas pela Splice e subscritas pela TCO. O acordo prevê a compra de 77,256 bilhões de ações ordinárias da TCO, que representam 61,1% do seu capital votante e 20,73% do capital total.

Ainda de acordo com o documento, as condições finais de aquisição serão definidas nas próximas semanas e a previsão é que a aquisição seja finalizada ainda neste semestre. O preço acordado no contrato preliminar é de 1,408 bilhão de reais, o que significa 18,23 reais por lote de mil ações ordinárias. Quando for concluída a aquisição, a Telesp Celular Participações deverá realizar uma Oferta Pública de Ações para a aquisição das ações dos minoritários.

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