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Bombril muda comando e Cragnotti deixa de ser acionista da Cirio

A Bombril S.A. anunciou nesta segunda-feira a troca do comando da empresa. Gianni Grisendi, diretor superintendente, e Claudia Musto, diretora Financeira e de Relações com Investidores, deixaram seus cargos, que serão assumidos por Joamir Alves, executivo que já esteve à frente da empresa de novembro de 2000 a junho de 2002. A mudança faz parte […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Bombril S.A. anunciou nesta segunda-feira a troca do comando da empresa. Gianni Grisendi, diretor superintendente, e Claudia Musto, diretora Financeira e de Relações com Investidores, deixaram seus cargos, que serão assumidos por Joamir Alves, executivo que já esteve à frente da empresa de novembro de 2000 a junho de 2002.

A mudança faz parte do plano de reestruturação da controladora indireta da Bombril, a italiana Cirio Finanziaria (CFIN), que determinou que a operação brasileira deixa de ser estratégica. Em outras palavras, os 37,8% do capital total detidos pela CFIN são candidatos à venda. "Isso muda o tipo de administração da empresa", diz Celso Paes de Barros, presidente do Conselho Administrativo da Bombril. Ele afirma que não há nenhuma negociação de venda em andamento, mas que a partir de agora a empresa vai trabalhar para maximizar o valor de seus ativos. "O foco não é mais crescer, mas a consolidação no mercado", diz.

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A Bombril passa por um período difícil no Brasil, motivado principalmente pelas complicações da empresa controladora, a Cirio Holding - e com seu principal acionista, o executivo Sergio Cragnotti, que foi afastado da gestão da empresa no início do ano e deixou de ser seu acionista no final de maio. De acordo com o plano de reestruturação da CFIN, as dívidas do grupo Cirio foram trocadas por ações e o capital social da companhia foi zerado. Com a conversão das dívidas em investimentos, o novo capital social ficou assim dividido: 95,2% para os detentores dos títulos de dívida (os chamados bond-holders ) até hoje emitidos pelas várias sociedades do Grupo Cirio - inexistindo, portanto, um sócio controlador; 4,8% do capital passa a ser de propriedade dos bancos europeus credores das empresas do grupo Cirio.

Portanto, a Cirio Holdind, que detinha 63% do capital da CFIN e é controlada pela sociedade holandesa Cragnotti & Partners, não é mais proprietária de ações de emissão da CFIN.

"O patrimônio da Bombril está cotado muito abaixo do que vale por conta das negociações feitas por Cragnotti", diz Waldir Corrêa, presidente da Associação Nacional dos Investidores do Mercado de Capitais (Animec). "Mas se nada mudou na dívida que a Cirio tem com a Bombril, então sua saída pouco influencia a operação brasileira", diz ele. Hoje, as ações da empresa na Bovespa tiveram oscilação negativa de 2,57% e ficaram cotadas a 5,30 reais - dentro da média dos últimos 30 dias.

Em 1997, a Bombril pagou à vista 380 milhões de dólares pela Cirio, controlada por Cragnotti. Em 1998, o executivo resolveu que a Bombril venderia a Cirio, pelo mesmo preço, a outra empresa de seu grupo, mas desta vez em quatro parcelas. Em outras palavras, o dinheiro saiu da Bombril à vista e voltou a prazo. Outras operações semelhantes foram realizadas por Cragnotti em seguida - o que fez os acinistas minoritários - BNDESPar, Dynamo e Previ recorrerem à Comissão de Valores Imobiliários (CVM). O órgão multou Cragnotti em 62,5 milhões de reais - mais do que teve de pagar o investidor Naji Nahas, por manipulação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro -, mas a Bombril não recuperou até agora as perdas com "empréstimo" feito ao executivo italiano. De acordo com Paes de Barros, da Bombril, a responsável pela dívida com a Bombril é a Cirio Holding, e não a CFIN.

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