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Boeing reduz previsão de vendas em US$ 3,5 bi por causa de atraso na entrega de aeronaves

Maior fabricante do mundo, empresa americana sente reflexos da incapacidade de cumprir os prazos previstos para fabricação do Dreamliner 787

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A fabricante americana de aviões Boeing, líder mundial no setor, começou a sentir os reflexos financeiros do atraso na entrega dos primeiros exemplares de seu mais recente jato de longo alcance, o Dreamliner 787. Por ter estendido em mais de seis meses o prazo de fabricação das aeronaves desse modelo, a empresa reviu suas previsões para 2008 e anunciou, nesta quarta-feira (24/10), uma redução de 3,5 bilhões de dólares no faturamento estimado para o período. Com a queda, correspondente a 5% das vendas, a receita da companhia passará da faixa de 72 bilhões de dólares para cerca de 68,5 bilhões, como informa o jornal britânico Financial Times.

Embora tenha mantido a previsão de lucro para o ano que vem, sob a alegação de que ganhos de produtividade e redução nos gastos com pesquisas ajudarão a compensar as perdas com os atrasos, a diminuição das expectativas de vendas mostram efeitos nas finanças de um prejuízo que a Boeing já havia sentido em sua imagem.

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Semanas antes de admitir a extensão dos prazos, a empresa vinha assegurando aos compradores que o projeto de elaboração do novo modelo estava no caminho previsto, mas por causa de dificuldades com integração de softwares, disponibilidade de peças e montagem das aeronaves, foi obrigada a remarcar de maio para dezembro de 2008 a entrega do primeiro jato, destinado à japonesa All Nippon Airways. Mesmo o primeiro vôo do novo modelo, agendado para agosto de 2007, não acontecerá antes de março do próximo ano.

Balanço geral positivo

Apesar dos problemas com o Dreamliner 787, os dados revelados pela Boeing nesta terça-feira apontam uma recuperação considerável das finanças da empresa como um todo. O lucro líquido dos primeiros nove meses do ano subiu 148%, de 1,2 bilhões de dólares para 3 bilhões, na comparação com igual período do ano anterior. Levando-se em conta apenas o terceiro trimestre, o aumento do lucro líquido foi de 61%, de 694 milhões de dólares para 1,1 bilhão, na mesma base de comparação.

A aceleração das vendas baseia-se no momento excepcional do mercado aéreo, aquecido tanto pelo forte aumento da demanda por aviões comerciais quanto pela maior preocupação dos Estados nacionais em renovarem parte de sua frota aérea.

Desde janeiro, por exemplo, a Boeing já entregou 329 unidades, número 11% maior do que o do mesmo período de 2006. As encomendas, por sua vez, chegaram a 903 unidades, o que deve manter o nível de ocupação da empresa elevado em 2008.

Diante das notícias contraditórias, de aumento de lucro, mas redução das previsões para o ano que vem, o mercado financeiro parece ter valorizado mais o dado negativo. As ações da Boeing caíram 1% no pregão desta manhã, na Bolsa de Nova York.

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