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Boeing e Airbus têm ano excepcional em encomendas, graças à Ásia

Mas, para ex-diretor da Boeing, "um ano recorde de encomendas é sempre um mau sinal", porque implica necessariamente em fortes recuos futuros. Desafio da indústria é atingir um fluxo constante de encomendas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Graças a uma forte recuperação da demanda por aviões de carga e à expansão econômica da China e da Índia, as encomendas das duas maiores fabricantes de aviões, a americana Boeing e a européia Airbus, podem atingir um volume recorde. A Airbus espera entregar mais de 360 aviões neste ano e mais de 400 em 2006. A Boeing projeta 320 entregas em 2005 e cerca de 385 no próximo ano. Em encomendas que entraram neste ano, as duas totalizam mais de 1 000 pedidos. O recorde anterior ocorreu em 1989, quando as duas juntas receberam 1 528 novos encomendas.

O crescimento ocorre apesar dos fortes prejuízos impostos às companhias aéreas, especialmente às americanas, por causa da alta do petróleo. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, em um cenário com cotação média do barril em 57 dólares, as perdas das companhias americanas em 2005 chegam a 8 bilhões de dólares. No caso das européias, o ano deve fechar sem lucro ou prejuízo. As asiáticas lucram cerca de 1 bilhão de dólares.

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É, portanto, o vigor asiático que responde pelo bom momento das fabricantes. Só as companhias aéreas da Índia são responsáveis por encomendas de 200 aeronaves neste ano.

Cautela

Para que o ritmo de 2005 se sustente no próximo ano, será fundamental que o setor recupere saúde financeira nos Estados Unidos. O desafio para as gigantes do setor, diz reportagem do diário americano The Wall Street Journal, é transformar os picos e vales em um fluxo contínuo de encomendas. Segundo especialistas, o risco da montanha russa é disparar uma repentina alta de produção, fragilizando as companhias nos momentos de ressaca.

"Um ano recorde de encomendas é sempre um mau sinal", diz Ian Massey, ex-diretor financeiro da Airbus. Massey aponta análises da Airbus e da Boeing pelas quais a demanda por novas aeronaves de ambas fabricantes deve seguir uma média anual de 700 aviões pelos próximos 20 anos. Em 2004, foram entregues 605. "Se você atinge uma marca muito acima de 700, terá necessariamente um grande tombo em algum momento."

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