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BM&FBovespa prevê retomada de aberturas de capital

Cerca de 40 companhias estudam a possibilidade de lançar ações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Foi em clima de festa que a Visanet, líder em processamento de transações com cartões no Brasil, concretizou a maior oferta pública de ações (IPO, sigla em inglês) da história do mercado brasileiro na manhã desta segunda-feira (29/06). Depois de um ano de paralisação do mercado para novas ofertas devido à crise financeira global, a companhia reabriu a temporada de IPOs com a captação recorde de 8,397 bilhões de reais por meio da venda de 559,8 milhões de ações ordinárias (VNET3, com direito a voto).

Os investidores comemoraram “o marco da reabertura de capitais do Brasil e quiçá do mundo”, segundo Rômulo de Melo, presidente da Visanet, em meio à apresentação de uma banda estilo marchinha e à performance do grupo de percussão Barbatuques. “Hoje é dia de festa no mercado de capitais”, disse André Dermarco, diretor de operações da BM&FBovespa.

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O preço inicial dos papéis ordinários foi de 15 reais, no topo do intervalo entre 12 e 15 reais sugerido pelos bancos organizadores da oferta. Às 13h30, as ações registravam valorização de 12,40%, cotados a 16,86 reais. O dinheiro da operação vai entrar no caixa dos acionistas vendedores dos papéis, entre eles Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Visa International.

Segundo Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa, mais de 80% da demanda pelos papéis foi proveniente de investidores estrangeiros. Apesar do desaquecimento econômico, os EUA ainda lideraram a demanda.

Nova fase

Para Edemir, o IPO da Visanet pode ser comparado com o da Natura em 2004. Na época, a empresa inaugurou um período de crescimento de aberturas de capital. “A Natura abriu caminho para que mais de 100 companhias brasileiras buscassem financiamento com IPOs e agora não vai ser diferente. Essa abertura sinaliza uma nova fase para o Brasil em que o país demonstra vigor e credibilidade para todo o mundo”.

Segundo ele, cerca de 40 empresas estão em negociação para abrir o capital ou realizar outra oferta de ações ao mercado. Edemir adiantou que é provável que aconteça mais alguma abertura de impacto ainda este ano. No entanto, segundo ele, é somente no primeiro semestre de 2010 que o mercado de capitais deve decolar.

Mais cautelosos, especialistas em mercado de capitais lembram que a maior parte das ofertas já anunciadas neste ano são de empresas que já estão na bolsa, como Natura, Hypermarcas, BR Malls e MRV. A construtora Gafisa, no entanto, informou nesta segunda-feira que pediu mais prazo para realizar uma oferta de ações que já estava em preparação e justificou a decisão com a expectativa por uma janela mais favorável no mercado. A dificuldade de uma empresa cuja ação tem liquidez e faz parte do Ibovespa como a Gafisa é um sinal de que empresas novatas que não têm o porte da Visanet provavelmente terão de esperar mais para chegar à bolsa.

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