A americana Bell South está muito perto de fechar um acordo de venda de todas as suas operações na América Latina para a espanhola Telefònica. Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (5/3) pelo jornal americano The Wall Street Journal, ovalor do negócio está estimado em 5,8 bilhões de dólares.

Ao bater em retirada da região, onde fincou o pé na década de 90, aBell South, hoje com ativos em dez países, dá mais um sinal de que assim como outros pares americanos, está mesmo abdicando de suas ambições globais para se concentrar no competitivo mercado dos Estados Unidos. Enquanto isso, Telefonica e outros gigantes, como o grupo britânico Vodafone, continuam firmes na disputa por mercados externos.

Se bem sucedido, o acordo de venda dos ativos para a Telefonica daria à BellSouth caixa para quitar a dívida de 41 bilhões de dólares da sua aquisição recente da At&T Wirelless.Há também especulações de que os recursos poderiam ser usados para dar fôlego à divisão de banda larga da empresa. Ainda hoje conhecida como uma tradicional empresa de telefonia, a estratégia da BellSouth é ficar em pé de igualdade com as outras grandes do setor americanas, que vêm crescendo ao oferecer serviços que combinam o uso de linhas tradicionais, celulares,internet em alta velocidade, transmissão de dados e vídeos.

A Bell South não será a primeira grande empresa de telecomunicações americana a abandonar o mercado latino. A Verizon vendeu sua participação em uma operadora de telefonia móvel mexicana por 10 milhões de dólares depois de investir quase 1 bilhão de dólares e aAT&T também deixou a região em 2002, enquanto aMCIespera uma boa oportunidade para se livrar da Embratel. A própria Bell Southjá havia dados sinais de desistência quando se retirou do mercado brasileiro - o principal da região - ao vender suas participações nas operadorasTele Centro Oeste Celular (para a Vivo, da qual a Telefònica Móviles é uma das controladoras)e na BCP.

Com a compra das operações da BellSouth, a Telefònica, já a sexta operadora do mundo em valor de mercado,quer se transformar na maior operadora de telefonia móvel da América Latina. A empresa possui hoje operações em 15 países, mas o acordo elevaria a divisão de telefonia móvel do grupo espanhol para mais de 40 milhões de assinantes em 12 países.