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Bank of America nega caixa da Bonlat e piora crise da Parmalat

Piora a crise da Parmalat. A empresa italiana comunicou ao mercado nesta sexta-feira (19.12) que o Bank of America rejeitou a validade do documento em que afirmava a existência de 3,95 bilhões de euros em dinheiro na conta da Bonlat, uma subsidiária do grupo nas Ilhas Cayman. Com a notícia, as ações da Parmalat sofreram […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Piora a crise da Parmalat. A empresa italiana comunicou ao mercado nesta sexta-feira (19.12) que o Bank of America rejeitou a validade do documento em que afirmava a existência de 3,95 bilhões de euros em dinheiro na conta da Bonlat, uma subsidiária do grupo nas Ilhas Cayman. Com a notícia, as ações da Parmalat sofreram queda de quase 10% no pregão italiano e suas negociações foram suspensas.

O Bank of America representa o grupo de investidores que, no Brasil, é credor da Parmalat em 400 milhões de dólares, de acordo com declarações de Grant Thornton, auditor da Bonlat, ao britânico Financial Times.

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Nas últimas semanas, a Parmalat a maior fabricante mundial de leite longa vida e uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com 7,5 bilhões de euros de faturamento em 2002 - se envolveu em uma sucessão de episódios que culminou com a troca de comando da companhia. Calisto Tanzi, que fundou a Parmalat há 42 anos, renunciou às posições de presidente do conselho administrativo e de presidente-executivo da companhia. Em seu lugar assumiu Enrico Bondi, reconhecido na Itália como especialista em reestruturar empresas em dificuldades financeiras.

O estopim da crise foi o alerta da empresa de auditoria Deloitte & Touche, que pediu explicações sobre o investimento da empresa de quase 600 milhões de dólares no fundo de risco Epicurum, registrado nas Ilhas Cayman. Com o alvoroço provocado no mercado financeiro, a empresa tentou resgatar o investimento, mas não teve sucesso.

Na quinta-feira (18/12), a empresa soltou um comunicado informando que as negociações para a liquidação do investimento de 600 milhões de dólares no fundo Epicurum, registrado nas Ilhas Cayman, permanecerão suspensas até que a PriceWaterhouseCoopers finalize a revisão da situação financeira da empresa.

A PWC foi contratada no último dia 16 para revisar os ativos, passivos e todos os compromissos financeiros do grupo Parmalat, incluindo contratos de derivativos.

No Brasil, a subsidiária da Parmalat adiou o pagamento de parte de seus fornecedores. Fabricantes de embalagens e produtores de açúcar, por exemplo, receberam uma carta assinada pela diretoria da Parmalat na semana passada. No documento a empresa pede a compreensão dos fornecedores e afirma que está tomando todas as medidas possíveis para proteger a operação brasileira dos impactos da crise na Itália.

O adiamento desses pagamentos tem o objetivo de salvaguardar caixa para pagar os produtores de leite que fornecem diretamente à empresa. Esses fornecedores respondem por 80% do volume de leite captado pela Parmalat no Brasil e são os únicos que continuarão recebendo em dia. "Eles não têm outra opção, porque com a crise da matriz, as condições de crédito pioraram muito nas últimas semanas, e sem esses fornecedores, a empresa quebra", afirma um especialista do setor leiteiro.

Na segunda-feira (15/12), onze cooperativas do Rio de Janeiro - de quem a Parmalat compra leite eventualmente não receberam. De acordo com um executivo próximo à empresa, a Parmalat está negociando crédito com vários bancos para que eles paguem esses fornecedores, mas ainda não tem datas definidas de quando sairão os pagamentos.

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