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Banco do Brasil tem lucro recorde graças ao crédito agrícola

O resultado do Banco do Brasil em 2002 surpreendeu os analistas especializados no mercado financeiro (clique aqui para ver os resultados). Não apenas por que o lucro do BB ter se igualado ao resultado obtido pelo Bradesco, mas também porque o BB conseguiu algo que poucos bancos de grande porte conseguiram fazer no ano passado: […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O resultado do Banco do Brasil em 2002 surpreendeu os analistas especializados no mercado financeiro (clique aqui para ver os resultados). Não apenas por que o lucro do BB ter se igualado ao resultado obtido pelo Bradesco, mas também porque o BB conseguiu algo que poucos bancos de grande porte conseguiram fazer no ano passado: ganhar dinheiro com crédito.

"Eles apostaram no agronegócio e se deram bem", diz um analista especializado no sistema bancário. Ao contrário de outras instituições financeiras, o BB soube aproveitar sua enorme rede de agências e seus profundos vínculos com o financiamento agrícola para ganhar dinheiro emprestando para o produtor rural. "Como as exportações dispararam no ano passado por causa da alta do dólar, o crédito agrícola foi um bom negócio", afirma o analista.

O BB conseguiu se desviar em parte da praga que afetou bastante o sistema financeiro no ano passado: um persistente aumento da inadimplência. "O BB emprestou para o campo e se deu bem; quem emprestou para os setores de telefonia, energia ou mídia ainda está curando as feridas", diz o especialista. Mesmo tendo elevado a provisão para devedores duvidosos em 40% (enquanto a carteira total de empréstimos cresceu 26%), o BB obteve um resultado melhor com crédito do que o mercado esperava.

Além disso, o banco conseguiu elevar o faturamento com a prestação de serviços, item sempre prejudicado nos balanços de instituições financeiras públicas. O número comparativamente maior de funcionários prejudica seus indicadores de eficiência. O banco também garantiu a posição como o maior gestor de recursos públicos do país. Administrou uma carteira total de 66 bilhões de reais, superando em quase 10% os 60 bilhões do Bradesco. O BB encerrou o ano com um patrimônio líquido de 9,2 bilhões de reais. O lucro fez a rentabilidade patrimonial atingir 22,8% em 2002, em linha com o ganho dos maiores bancos privados brasileiros.

Impacto nas ações

O resultado surpreendeu e estimulou o mercado. O BB anunciou que vai pagar dividendos de 579,5 milhões de reais. Segundo o banco, esse é um valor 118% maior que os dividendos pagos no ano passado. O impacto sobre as ações foi imediato: no início da tarde, os papéis ON do banco eram negociados a 9,88 reais por lote de mil, uma alta de 5,10% em relação à véspera.

Apesar da valorização, a cotação dos papéis do BB permanece baixa no mercado. As ações ordinárias do banco estatal chegaram a um máximo de 14,39 reais por lote de mil nas últimas 52 semanas, estimuladas principalmente pela perspectiva de o banco vender parte do capital para acionistas individuais, em operações semelhantes à da Petrobrás no ano 2000 e à da Vale do Rio Doce em março do ano passado. No entanto, o desinteresse dos investidores institucionais fez o banco cancelar a operação, o que provocou uma forte queda nos preços dos papéis.

A perspectiva do mercado para este ano é que o novo presidente do BB, Cássio Casseb Lima, retome o processo de venda das ações do banco, um passo essencial para a conversão total dos papéis à categoria de ações ordinárias (com direito a voto). Isso permitiria a listagem no Novo Mercado, da Bovespa, que dá à empresa um grau de transparência comparável ao das empresas abertas em Wall Street ou na Nasdaq. Nada mau para um banco do governo.

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