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Balanço do BB no 3º trimestre desagrada analistas

O banco apresentou um resultado misto, deixando analistas preocupados com a piora da qualidade da carteira de crédito e queda da rentabilidade

Agência do Banco do Brasil: "não gostamos do balanço do terceiro trimestre, tanto do ponto de vista do lucro quanto do qualitativo", resumiram analistas (Pilar Olivares/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 21h58.

São Paulo - O Banco do Brasil apresentou um resultado misto no terceiro trimestre, deixando analistas preocupados com a piora da qualidade da carteira de crédito e queda da rentabilidade, o que ofuscou o controle de custos e maiores receitas com tarifas.

"Não gostamos do balanço do terceiro trimestre, tanto do ponto de vista do lucro quanto do qualitativo", resumiram os analistas Francisco Kops e Olavo Arthuzo, do J.Safra, em relatório, destacando a piora nos indicadores de inadimplência especialmente nas operações com empresas.

Maior banco do país em ativos, o BB divulgou logo cedo lucro ajustado abaixo da previsão média do mercado, principalmente devido a um salto de 40 por cento nas provisões para perdas com calotes, após o índice de inadimplência ter subido nas comparações sequencial e anual.

Analistas foram unânimes em pontuar que pior que isso foi a deterioração pronunciada dos chamados indicadores antecedentes, como os de atrasos nos pagamentos acima de 15 e de 60 dias.

"A deterioração acentuada da inadimplência de curto prazo sugere que a piora da qualidade dos ativos deve durar muito tempo", afirmaram analistas do Credit Suisse liderados por Marcelo Teles, reforçando a recomendação de 'underperform' (abaixo da média do mercado) para as ações do banco.

Isso, num momento em que a participação de setores bastante enfraquecidos financeiramente, como petróleo, energia elétrica e siderurgia, aumentou na carteira de crédito do BB na comparação com setembro do ano passado.

O aumento da concentração da carteira foi notada pelos analistas Thiago Batista, Guilherme Costa e Alexandre Spada, do Itaú BBA, os quais alertaram que os resultados abaixo do esperado no trimestre podem levá-los a reduzir as estimativas para o banco.

Durante entrevista a jornalistas, o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, José Mauricio Pereira Coelho, disse que o banco prevê manter níveis de inadimplência em patamares consistentemente abaixo da média do mercado, mas trajetória similar.

Os comentários, no entanto, aparentemente não acalmaram analistas, alguns deles já prevendo possíveis desdobramentos de uma piora adicional da carteira de crédito.

"A rentabilidade baixa --que pode se estender para os próximos trimestres dado o cenário-- pode levantar temores sobre necessidade de capital", escreveram os analistas Eduardo Rosman e Gustavo Lobo, do BTG Pactual.

Junto com os resultados, o BB reduziu a previsão de rentabilidade anualizada sobre o patrimônio em 2015, da faixa de 14 a 17 por cento para a de 13 a 16 por cento. Ao mesmo tempo, o capital principal, parcela mais importante do capital de nível 1, caiu 0,6 ponto percentual na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a 8,1 por cento.

Às 15h34, a ação do BB tinha queda de 0,64 por cento, enquanto o Ibovespa cedia 0,4 por cento.

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São Paulo - O Banco do Brasil apresentou um resultado misto no terceiro trimestre, deixando analistas preocupados com a piora da qualidade da carteira de crédito e queda da rentabilidade, o que ofuscou o controle de custos e maiores receitas com tarifas.

"Não gostamos do balanço do terceiro trimestre, tanto do ponto de vista do lucro quanto do qualitativo", resumiram os analistas Francisco Kops e Olavo Arthuzo, do J.Safra, em relatório, destacando a piora nos indicadores de inadimplência especialmente nas operações com empresas.

Maior banco do país em ativos, o BB divulgou logo cedo lucro ajustado abaixo da previsão média do mercado, principalmente devido a um salto de 40 por cento nas provisões para perdas com calotes, após o índice de inadimplência ter subido nas comparações sequencial e anual.

Analistas foram unânimes em pontuar que pior que isso foi a deterioração pronunciada dos chamados indicadores antecedentes, como os de atrasos nos pagamentos acima de 15 e de 60 dias.

"A deterioração acentuada da inadimplência de curto prazo sugere que a piora da qualidade dos ativos deve durar muito tempo", afirmaram analistas do Credit Suisse liderados por Marcelo Teles, reforçando a recomendação de 'underperform' (abaixo da média do mercado) para as ações do banco.

Isso, num momento em que a participação de setores bastante enfraquecidos financeiramente, como petróleo, energia elétrica e siderurgia, aumentou na carteira de crédito do BB na comparação com setembro do ano passado.

O aumento da concentração da carteira foi notada pelos analistas Thiago Batista, Guilherme Costa e Alexandre Spada, do Itaú BBA, os quais alertaram que os resultados abaixo do esperado no trimestre podem levá-los a reduzir as estimativas para o banco.

Durante entrevista a jornalistas, o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, José Mauricio Pereira Coelho, disse que o banco prevê manter níveis de inadimplência em patamares consistentemente abaixo da média do mercado, mas trajetória similar.

Os comentários, no entanto, aparentemente não acalmaram analistas, alguns deles já prevendo possíveis desdobramentos de uma piora adicional da carteira de crédito.

"A rentabilidade baixa --que pode se estender para os próximos trimestres dado o cenário-- pode levantar temores sobre necessidade de capital", escreveram os analistas Eduardo Rosman e Gustavo Lobo, do BTG Pactual.

Junto com os resultados, o BB reduziu a previsão de rentabilidade anualizada sobre o patrimônio em 2015, da faixa de 14 a 17 por cento para a de 13 a 16 por cento. Ao mesmo tempo, o capital principal, parcela mais importante do capital de nível 1, caiu 0,6 ponto percentual na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a 8,1 por cento.

Às 15h34, a ação do BB tinha queda de 0,64 por cento, enquanto o Ibovespa cedia 0,4 por cento.

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