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Avianca inicia "plano de choque" após sair da Venezuela

As medidas incluem a acomodação de passageiros em voos de outras companhias, mais cadeiras para destinos na fronteira e reembolso de dinheiro

Avianca: a Avianca antecipou para hoje a suspensão dos voos que faziam as rotas até Caracas (Diego Giudice/Bloomberg)

Avianca: a Avianca antecipou para hoje a suspensão dos voos que faziam as rotas até Caracas (Diego Giudice/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 27 de julho de 2017 às 19h45.

Bogotá - A companhia aérea colombiana Avianca iniciou um "plano de choque" para transportar mais de 13 mil passageiros afetados pela suspensão de suas operações na Venezuela, em vigor a partir desta quinta-feira, devido a problemas de operação e de segurança no país que põe em risco clientes e tripulantes.

As medidas incluem a acomodação de passageiros em voos de outras companhias, ampliação da disponibilidade de cadeiras em destinos de fronteira e reembolso de dinheiro, informou a empresa.

A Avianca antecipou para hoje a suspensão dos voos que faziam as rotas entre Bogotá, na Colômbia, a Caracas, e Lima até a capital venezuelana.

Inicialmente, isso iria ocorrer a partir de 16 de agosto, mas a empresa mudou de ideia pela delicada situação enfrentada pelo país vizinho.

"Devido às limitações de operação e de segurança registradas nas últimas horas, a Avianca tem a obrigação de suspender a partir de hoje suas operações na Venezuela, e não a partir de 16 de agosto, como estava previsto", disse a empresa em comunicado.

Fontes da Avianca disseram à Agência Efe que essas limitações que nos últimos meses levaram várias companhias aéreas a sair da Venezuela têm se agravado com a crise política e social do país.

Documentos obtidos pela Efe mostram que esses riscos citados pelas companhias áreas vão de deficiências na infraestrutura aeroportuária, como falhas no fluxo elétrico e conexão de internet, o que dificulta o planejamento adequado dos voos, à demarcação inadequada das pistas de circulação e decolagem.

Também há deterioração e avarias em equipamentos de assistência em terra, como guindastes e carros de segurança do aeroporto internacional Simón Bolívar, que atende a Caracas.

Além disso, foram registrados problemas recorrentes com o combustível, porque as equipes de fornecimento não são inspecionadas e não têm as certificações exigidas pelos padrões de qualidade para uma operação segura.

Essa situação já provocou vazamento e derramamento de combustível na hora do abastecimento, indicaram fontes consultadas pela Efe.

Os relatórios também indicam problemas na falta de treinamento dos funcionários que realizam tarefas especializadas em terra, além de alto percentual de roubo e saque de bagagens.

Diante da deterioração da segurança na Venezuela, tripulantes da Avianca foram vítimas de assalto várias vezes nos deslocamentos entre o aeroporto e hotel, razão pela qual a companhia tinha suspendido há meses a pernoite em Caracas.

Além disso, em outubro de 2016, um Boeing 787 da Avianca que fazia a rota Madri-Bogotá com 248 passageiros foi abordado por um caça venezuelano quando cruzava o espaço aéreo do país, quase provocando uma tragédia. Até hoje, a companhia aérea colombiana não recebeu nenhuma explicação oficial sobre o ocorrido.

Esses motivos, reiterados ontem ao Instituto Nacional de Aeronáutica Civil da Venezuela, fizeram a Avianca a anunciar a suspensão dos voos a partir de 16 de agosto, mas a crítica situação obrigou a companhia a antecipar a medida para hoje.

A suspensão antecipada afeta 13 mil passageiros que já tinham comprado passagens entre hoje e 15 de agosto. A companhia, agora, está em busca de alternativas.

A assessoria da Avianca disse que a empresa está fazendo "o possível para proteger os passageiros" e está realizando diversas operações para lidar com a situação de quem tem reservas.

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