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Aviação executiva aposta em crescimento dos negócios

Mercado brasileiro, segundo do mundo, é estimado em 300 milhões de dólares por ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Enquanto a aviação comercial amarga uma de suas piores crises, a aviação executiva, um mercado estimado em 300 milhões de dólares no Brasil, somente com vendas de aeronaves, prepara um show. De 13 a 15 de março, em São Paulo, o setor realizará a Labace 2003, sigla em inglês da Exposição e Conferência Latino-americanas de Aviação Executiva. Segundo maior mercado do mundo nessa categoria, o Brasil atraiu pela primeira vez o apoio da NBBA, a National Business Aviation Association, a entidade americana do setor. A NBAA promoverá a Labace em parceria com a Abag, a Associação Brasileira de Aviação Geral. Estarão presentes no evento, entre outros fabricantes, a francesa Dassault, a canadense Bombardier, a americana Gulfstream e a Embraer. A Boeing, possivelmente, exibirá o 737 executivo, batizado de Boeing Business Jet, com preço na faixa de 40 milhões de dólares.

Esse setor é complementar à aviação comercial, operada por grandes companhias como Varig, TAM e Vasp. A aviação executiva típica serve à realização de negócios, com aviões de menor porte ou helicópteros, pertencentes a empresas ou fretados em empresas de táxi aéreo. Os Estados Unidos têm a maior frota do mundo -- mais de 20 000 empresas possuem aviões executivos e milhares de outras companhias utilizam aviões fretados.

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Segundo a Abag, a frota executiva brasileira é composta por mais de 300 jatos, 650 turboélices e 450 helicópteros. Há um grande potencial para o crescimento dessa frota , diz Rui Thomaz Aquino, presidente da Abag e principal executivo da TAM Jatos Executivos. O motivo: existem mais de 2 200 pistas de pouso oficialmente registradas no país, mas menos de 10% são atendidas pela aviação comercial. Com a crescente descentralização econômica, no interior do Brasil há centenas de cidades de médio porte e em fase de desenvolvimento que não são atendidas por linhas regulares ou são servidas por poucos vôos. Além disso, em grandes centros, como São Paulo, o caos do trânsito tem favorecido a utilização de helicópteros. Por isso, o Brasil já registra a terceira maior frota de helicópteros do mundo.

A Labace será desdobrada em três dias de palestras e conferências no Transamérica Expo Center, na Zona Sul paulistana, e uma exposição paralela de aeronaves no aeroporto de Congonhas. O número total de expositores previsto é da ordem de 300. Além dos fabricantes de aeronaves, participarão fornecedores de peças, de acessórios e de tecnologia, prestadoras de serviços de manutenção, além de responsáveis por serviços financeiras e seguradoras.

Potencial latino-americano

Num país que, depois dos Estados Unidos, tem a maior frota de aeronaves executivas do mundo, com aproximadamente 1 400 aeronaves, a Labace deve se consolidar como a mais importante reunião anual de compradores e fornecedores do setor na América Latina , diz Aquino. Nesse ranking, o Brasil está na frente de países como México, Canadá e França, que ocupam o 3º, 4º e 5o lugar, respectivamente. O contingente brasileiro de pilotos licenciados, mais de 80 000 licenciados, também é o segundo maior do planeta.

Na América Latina, a aviação executiva é vital para a economia porque a maior parte do continente sofre com uma infra-estrutura de transporte terrestre precária. Por isso, afirma Aquino, a frota de aviação geral latino-americana já tem uma dimensão próxima da européia e pode crescer muito mais. A própria extensão do Brasil, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 5 500 quilômetros de distância entre seus extremos norte e sul e leste e oeste, é uma demonstração do grande potencial desse mercado, que cresce cerca de 5% ao ano , diz ele. Na América-Latina, países como Venezuela e Argentina também detêm frotas importantes. Em outros, como Colômbia e Chile, o setor está em expansão.

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