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Atlas: HRTech chega ao Brasil para ajudar PMEs a "caçarem" talentos pelo mundo

Startup americana de recursos humanos facilita o processo de contratação entre fronteiras; empresa anuncia chegada ao Brasil

Rick Hammel, fundador e CEO da Atlas: startup de RH que facilita contratação de profissionais de outros países chega ao Brasil (Atlas/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 10h00.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2023 às 11h15.

Na briga global por talentos, ao que tudo indica, vale de tudo. Da extensão do leque de benefícios à disposição de funcionários a maior flexbilidade de jornadas de trabalho, empresas lançam mão de estratégias para manter relevância ante uma concorrência cada vez mais acirrada para conquistar uma mão de obra qualificada — e ainda escassa — mundo afora.

Na esteira desses esforços está também o desejo por importar profissionais como uma maneira de ampliar operações de empresas locais em escala internacional. Por acreditar nessa tendência e para dar suporte a companhias que pretendem formar equipes transfronteiriças que o executivo Rick Hammell fundou a HRTech Atlas, que chega oficialmente ao Brasil nesta segunda-feira, 13.

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Como o negócio surgiu

Fundada em 2015, na cidade americana Chicago, a Atlas nasceu da visão de Hammel — executivo com larga experiência no setor de recursos humanos — de que as empresas deveriam desenvolver seus produtos e serviços  e sustentar suas teses de crescimento com base em equipes diversas, culturalmente e geograficamente.

A ideia para o negócio surgiu de uma demanda por contratação de profissionais estrangeiros na própria empresa em que trabalhava, à época como líder de recursos humanos. Em busca de soluções que pudessem otimizar o processo (que tinha tudo para ser burocrático e moroso), Hammell recorreu à internet para encontrar empresas que prestassem o serviço e se deparou com a ausência de companhias que unificassem todo o processo, da parte legal aos procedimentos de responsabilidade do RH, em um único ambiente.

O cenário mais comum era o de companhias oferecendo o serviço de contratação global a partir da união de diversos prestadores terceirizados. “Lembro de perguntar aos concorrentes: por que vocês fazem desse jeito? Não faz nenhum sentido”, diz Hammel.

A dificuldade de contratar internacionalmente levou Hammel, dois anos depois, a criar seu próprio provedor e modelo de negócio, batizado por ele de Employer of Record (EOR), que consiste basicamente na contratação de pessoas em qualquer lugar do mundo.

A diferença da Atlas aos demais players da época com propostas parecidas, segundo Hammel, era o modelo de negócio direto e sem intermediações.

O que faz a Atlas

A proposta da startup é facilitar a contratação de funcionários entre fronteiras. Com uma plataforma própria, a HRTech se dispõe a solucionar para empresas contratantes todo tipo de imbróglio legal, de compliance e trabalhista, respeitando as particularidades de cada país.

O foco da Atlas está nas pequenas e médias companhias que desejam expandir para outras regiões, permitindo menores custos e menos riscos legais ao conectá-las a times locais que conhecem as minúcias de cada país — atualmente, a startup opera em 160 países. Todo o processo de contratação, do onboarding ao gerenciamento e pagamento, é feito pela Atlas.

Segundo Hammell, o foco nas pequenas e médias empresas se justifica pelos maiores riscos assumidos por operações menores em ofensivas como a de internacionalização. "São companhias que tradicionalmente têm mais a perder caso operações de expansão internacional. Além disso, ao encontrar novos talentos vindos de fora, essas empresas se tornam mais competitivas", diz. "Ajudamos empresas a encontrar talentos, retê-los e economizar dinheiro”.

A expansão internacional da Atlas vem na esteira de um aporte série B de US$ 200 milhões recebido em setembro de 2022.

Por que o Brasil?

A startup desembarca oficialmente no Brasil, com a inauguração de uma sede para operação local. Com isso, a Atlas passa a atender empresas brasileiras que desejam contratar profissionais de outros países - até o momento, a relação com o Brasil era apenas a de conectar funcionários brasileiros a empresas de fora.

Sem divulgar os valores de investimento para a chegada a terras brasileiras, Hammell afirma que a aposta se justifica pela infinidade de talentos no país. "É um lugar fenomenal para encontrar talentos, e também para impulsionar o uso de uma tecnologia como a da Atlas em toda América Latina".

O ambiente  regulatório cinzento e a complexidade legal não espantam a startup. Pelo contário. Hammel afirma que o cenário pode ser positivo para a Atlas, especialmente pela parceria com startups do setor que já têm certo destaque no país. "O Brasil tem muitas startups incríveis, e não vemos competitividade com as empresas de RH. O que queremos é nos aliar a elas e, com essas parcerias, ajudar empresas e executivos de RH  a crescerem mais e mais rápido".

Na liderança da operação regional da Atlas está Adriano Araújo, ex-presidente da Dunnhumby na América Latina. Ao lado dele estão Maíra Gracini, VP de Marketing, e Carlos Butori, VP de Desenvolvimento de Negócios.

"Estamos colocando muito dinheiro nessa estratégia e esperamos que o Braisl represente cerca de 10% da receita da Atlas no futuro", finaliza Hammell.

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