Atacadistas crescem 12% em 2004, impulsionados por pequeno varejo

O setor atacadista cresceu 11,9% em 2004, faturando 61 bilhões de reais e revertendo com muita folga a queda de 1,6% ocorrida em 2003. A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) atribui esse desempenho ao avanço do pequeno varejo. "O consumidor começou a comprar mais no mercado de seu próprio bairro, e os atacadistas acompanharam esse movimento e aprimoraram o atendimento a esses pontos-de-venda", diz Geraldo Caixeta, presidente da entidade, que divulgou nesta terça-feira (19/4) o ranking do setor. "Os grande formatos, como os hipermercados, estão perdendo terreno em São Paulo desde 1999, por exemplo", afirma Nelson Barrizzelli, da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). Os atacadistas e distribuidores fornecem mercadorias para 55,4% do mercado consumidor nacional.

Dos 900 000 pontos-de-venda espalhados pelo país, metade são lojas de pequeno varejo que respondem por 39% das vendas totais. Nesse contexto, a capacidade de capilaridade na entrega de atacadistas e distribuidores torna-se um fator crítico. Um dos reflexos dessa demanda é o forte aumento, de 41%, da frota terceirizada. "Está havendo uma preferência por parcerias com empresas especializadas em transporte e logística, para garantir pontualidade", diz Caixeta. O chamado atacado de entrega (que leva os produtos até os mercados) responde por 74% do total, seguido pelo atacado de auto-serviço (como Makro e SAM's Club, em que os lojistas fazem suas compras pessoalmente) com 23%.

Participaram do levantamento conduzido pela FIA e pela ACNielsen 249 atacadistas e distribuidores que respondem por 29% do setor, faturando 17,7 bilhões de reais em 2004 (veja a lista com as cinco primeiras empresas). A partir das respostas, os analistas estimaram os dados para todo o setor. O maior crescimento em faturamento foi verificado entre as empresas listadas entre a 21ª e a 50ª posição no ranking (20%), indicando maior regionalização do atacado. O estado com maior participação no faturamento do setor é Minas Gerais (37%), seguido por São Paulo (25%).