Exame Logo

Aquisições são estratégia de brasileiras para ganhar força no exterior

A crise financeira diminuiu o número de operações, mas as companhias nacionais mantêm o poder de fogo para comprar concorrentes

Processo de produção da Vale: mineradora é exemplo de apetite por aquisições (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - Em caso de expansão, as empresas brasileiras enxergam as fusões ou aquisições como a melhor estratégia de negócios. "Esse resultado reforça, portanto, que, apesar das incertezas, as companhias nacionais estão sérias nos seus planos de internacionalização e não descartam futuras expansões", afirma a Fundação Dom Cabral no estudo Ranking das Transnacionais Brasileiras, sobre as companhias nacionais mais internacionalizadas, divulgado hoje (9/6).

A boa fatia de mercado que as empresas brasileiras conseguiram manter durante a crise as colocou em uma excelente posição frente aos competidores globais para a compra de ativos no exterior. O fluxo de investimento brasileiro no exterior, por parte das empresas, sofreu uma forte redução em 2009, apresentando uma queda das operações de fusões e aquisições de acordo com o relatório divulgado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), ligado à Organização das Nações Unidas.

Veja também

Compradores de peso

Entre as principais aquisições realizadas em 2009, está a dos ativos argentinos da empresa angloaustraliana Rio Tinto pela Vale. A compra representa mais um passo da mineradora brasileira rumo à diversificação de seu portfólio. Apesar da posição de liderança alcançada pela empresa na produção de minério de ferro, a Vale pretende atuar fortemente em outros setores, como o de fertilizantes, tanto no mercado doméstico quanto no internacional.

Outro exemplo citado pela Fundação Dom Cabral é a JBS-Friboi, a empresa mais internacionalizada entre as companhias brasileiras, segundo o estudo. Em setembro do ano passado, o frigorífico adquiriu a segunda maior produtora de frangos dos Estados Unidos, a Pilgrim’s Pride, por estimados 768 milhões de dólares.

Quando se fala em aquisições, há de se levar em conta as diferenças culturais entre os países. Essa é ainda uma grande preocupação das empresas, de acordo com o estudo da Fundação. Porém, as grandes companhias são as que estão mais dispostas a investir em mercados diferentes por terem boas reservas de capital, podendo financiar uma reestruturação para alinhar as formas de gestão da nova empresa criada pela aquisição.


EmpresaTotal de PaísesAmerica LatinaAmérica do NorteEuropa
Vale3315%6%15%
Petrobras2638%8%12%
Banco do Brasil2343%4%30%
Votorantim2119%10%29%
Weg2025%5%40%
Brasil Foods2025%0%45%
Odebrecht1747%6%12%
Stefanini IT Solutions1650%13%25%
Camargo Corrêa1471%7%7%
Gerdau1471%14%7%
Ibope1493%7%0%
Marfrig1233%8%42%
Randon1030%10%10%
Totvs1080%0%10%
Eletrobrás10100%0%0%
Tigre989%11%0%
Localiza9100%0%0%
Natura978%11%11%
JBS743%14%14%
Marcopolo743%0%0%
Sabó714%14%43%
Escolas Fisk650%17%0%
Bematech617%17%33%
Metalfrio520%20%20%
Artecola5100%0%0%
Ultrapar560%20%20%
Embraer50%20%40%
Ci & T Software520%20%20%
Suzano520%20%40%
Alusa4100%0%0%
Lupatech367%33%0%
Politec367%33%0%
Spoleto333%0%67%
Marisol250%0%50%
DHB10%0%0%
América Latina Logística1100%0%0%
Tam1100%0%0%
Cemig1100%0%0%

Fonte: Fundação Dom Cabral

Leia também:

JBS-Friboi é a empresa brasileira mais internacionalizada

Brasileiras têm queda de quase 16% nas receitas no exterior

América Latina é o primeiro teste para quem deseja se internacionalizar


Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrises em empresasDesenvolvimento econômicoFusões e Aquisições

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame