Após acusação de suborno, Rolls-Royce diz que tomará medidas
Após acusações de que teria pago subornos para funcionários da Petrobras, a Rolls-Royce disse que adotará todas as medidas necessárias para cumprir a lei
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 17h45.
A Rolls-Royce Holdings disse que adotará todas as medidas necessárias para garantir o cumprimento da lei após relatos de que a empresa foi acusada de envolvimento no pagamento de subornos na produtora de petróleo brasileira Petrobras .
A Rolls-Royce, que produz turbinas a gás para plataformas de petróleo da Petrobras, teria pago propinas por meio de um agente para conseguir um contrato de US$ 100 milhões, publicou hoje o Financial Times, citando o depoimento de um ex-executivo da Petrobras.
“Queremos deixar muito claro que não toleraremos condutas empresariais impróprias de nenhum tipo e que adotaremos todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento da lei”, disse um porta-voz da Rolls-Royce em uma resposta enviada por e-mail, hoje, ao artigo.
A Petrobras, produtora de petróleo controlada pelo Estado, está envolvida no maior escândalo de corrupção do Brasil, com acusações de que executivos da empresa aceitaram subornos de um cartel de empresas construtoras e dividiram os recursos com políticos.
O caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança brasileiras, pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e por advogados externos contratados pela empresa.
A Rolls-Royce já está sendo investigada pelo Departamento de Fraudes Graves do Reino Unido por possíveis irregularidades em acordos empresariais na Ásia.
A investigação foi formalizada em dezembro de 2013 depois que a empresa entregou, em 2012, detalhes a respeito de seus negócios na China e na Indonésia que levaram a uma investigação de suborno.
Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
Crime | Pena mínima | Pena Máxima |
---|---|---|
Organização criminosa | 4 anos e 4 meses | 13 anos e 4 meses |
Corrupção | 2 anos e 8 meses | 21 anos e 4 meses |
Lavagem de dinheiro | 4 anos | 16 anos e 8 meses |
Mendes Junior + GFD | |
---|---|
Denunciados | 16 |
Corrupção da empresa (R$) | 71.602.688,48 |
Ressarcimento buscado (R$) | 214.808.065,45 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 8.028.000,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 53 corrupções e 11 lavagens + 30 lavagens |
Camargo Corrêa + UTC | |
---|---|
Denunciados | 10 |
Corrupção da empresa (R$) | 86.457.578,91 |
Ressarcimento buscado (R$) | 343.033.978,68 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 36.876.887,75 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 11 corrupções e 7 lavagens |
Engevix | |
---|---|
Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 52.977.089,89 |
Ressarcimento buscado (R$) | 158.931.269,69 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 13.432.500,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 33 corrupções e 31 lavagens |
Galvão Engenharia | |
---|---|
Denunciados | 7 |
Corrupção da empresa (R$) | 46.063.344,24 |
Ressarcimento buscado (R$) | 256.546.958,55 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 5.512,430,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 37 corrupções e 12 lavagens |
OAS | |
---|---|
Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 29.321.227,22 |
Ressarcimento buscado (R$) | 213.039.145,36 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 10.300.038,93 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 20 corrupções e 14 lavagens |