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Anti-sépticos crescem 24% ao ano e superam fio-dental e escovas

Mais de 60% dos consumidores são de classes C, D e E

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Quem disse que o anti-séptico bucal é um produto supérfluo no Brasil? A categoria é a que mais cresce em vendas no país dentro do mercado de higiene bucal, que movimenta 1,3 bilhão de reais por ano. Cerca de 30% dos brasileiros compram enxaguatórios regularmente, segundo pesquisa TGI-Ibope 2002. E o mais curioso: as classes C, D e E são as maiores consumidoras desse tipo de produto. Elas são responsáveis por 62% das vendas do setor, que vêm crescendo 24% ao ano. O aumento supera o total registrado pelo mercado de higiene bucal (13%) e por produtos tradicionais como fio dental (14%) e escovas (12%).

A razão da preferência das classes mais baixas pelo produto é mesmo o bolso. "Como não têm plano odontológico, muitos desses consumidores preferem diminuir os serviços do dentista com a prevenção do anti-séptico", afirma Eugênio Luporini, gerente de produto da divisão de consumo e healthcare da subsidiária brasileira da Pfizer, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo. O Listerine, anti-séptico produzido pela companhia, é o líder de vendas no setor, com 32,7% do mercado brasileiro, segundo a ACNielsen. Outras marcas de destaque são Cepacol, produzido pela Aventis, e Plax, da Colgate.

Investimento em promoção

Muito do crescimento do setor se deve à baixa penetração no mercado potencial: 24%. A taxa é menor, por exemplo, que a de cremes dentais, com alcance sobre 86% dos consumidores. Mas as fabricantes querem mudar esse quadro. "Só este ano, distribuímos 2 milhões de amostras grátis entre os dentistas", diz Claudiner Sanches Jr., gerente de OTC (Over the Counter) da Aventis, fabricante do Cepacol. O investimento nos profissionais não é feito a esmo: metade dos consumidores passa a comprar anti-sépticos por indicação do dentista.

Outra preocupação é com a disposição do produto nos pontos de venda. "Há ainda pouco espaço nas gôndolas para o crescimento que representa o produto", diz Hélio Segouras, gerente de marketing do Listerine. "Buscamos sensibilizar os supermercadistas para que façam uma disposição adequada ao potencial da loja e ao perfil do consumidor."

Preocupação com hálito e prevenção

Os brasileiros _ acredite _ são mais preocupados com saúde bucal que japoneses, americanos e ingleses. Pesquisa de hábitos recentemente feita entre homens e mulheres das classes A, B e C de oito países pela consultoria Icon & Landis aponta o Brasil como campeão no uso do fio dental (2,6 vezes ao dia) e da escova de dente fora de casa (46% da população faz isso), enquanto apenas 13% dos japoneses repetem o ato. O país só perde para o México quando o assunto é freqüência de escovação diária -- 3,7 contra 3,2 vezes.

A pesquisa detecta três perfis de consumidores: 55% dos brasileiros buscam produtos portáteis que refrescam o hálito e revitalizam a boca -- como balas, sprays e anti-sépticos. Outra parcela, de 25%, segue a tradição do uso de escova, creme e fio dental. Apenas 20% usam produtos que, a longo prazo, previnem doenças e fortalecem dentes e gengivas.

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