Negócios

A formatação do negócio

A aliança firmada entre AmBev e Interbrew, um negócio avaliado em mais de 11 bilhões de dólares,forma a maior cervejaria do mundo em volume e a segunda em faturamento (atrás da americana Anheuser-Busch). Juntas, as duas empresas vão produzir 190 bilhões de litros de cerveja, o equivalente a quase 15% da produção mundial. Em seu […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A aliança firmada entre AmBev e Interbrew, um negócio avaliado em mais de 11 bilhões de dólares,forma a maior cervejaria do mundo em volume e a segunda em faturamento (atrás da americana Anheuser-Busch). Juntas, as duas empresas vão produzir 190 bilhões de litros de cerveja, o equivalente a quase 15% da produção mundial. Em seu portfólio, as duas empresas somam mais de 200 marcas de cerveja que estão presentes em 140 países. Na linha de frente, disputando o mercado como marcas globais, estão Stella Artois, Beck s e Brahma. Nenhuma outra empresa com capital brasileiro ganhou uma presença internacional como essa por meio de fusões e aquisições , afirma Márcio Lutterbach, sócio da subsidiária brasileira da KPMG.

Trata-se de um negócio que chama a atenção pelas suas proporções e também pela sua arquitetura. O acordo fechado entre as duas empresa não envolve dinheiro, mas sim uma intrincada troca de ações entre os controladores da AmBev e da Interbrew. De um lado, a Braco, holding que reúne a participação de Lemann, Telles e Sicupira, vendeu para a cervejaria belga os 52% de capital votante que detinha na AmBev. Em contrapartida, a Braco ganhou uma participação de 25% na Interbrew, agora chamada de InterbrewAmBev. Além disso, a AmBev absorverá os ativos da Interbrew nas Américas a cervejaria canadense Labatt e uma participação de 30% na mexicana Femsa Cerveza.

A negociação rendeu como prêmio aos controladores da AmBev 4 bilhões de dólares. É um retorno espetacular para quem havia investido 60 milhões de dólares em 1989 na compra da combalida Brahma. Nos próximos seis meses, a Interbrew fará uma oferta pública para compra das ações com direito a voto em poder dos acionistas minoritários da AmBev. Com isso, sua participação na cervejaria brasileira poderá alcançar até 85% do capital votante da AmBev.

O pulo do gato, segundo os antigos controladores da AmBev, é o acordo de acionistas firmado entre as partes. Segundo o documento, válido por 20 anos, a gestão das duas empresas será compartilhada independente da participação acionária de cada um. A arranjo é polêmico. Há tempos os três acionistas vinham buscando uma estratégia para sair da AmBev , diz o herdeiro de uma das grandes cervejarias do mundo. O que eles fizeram foi simplesmente vender sua participação e entrar num novo negócio.

Um advogado especializado em fusões e aquisições de uma das maiores bancas do País complementa: Do ponto de vista do controle acionário não há dúvidas de que a AmBev foi vendida.

Para a Interbrew, o melhor ativo da AmBev é sua gestão. Desde que foi comprada pelo Garantia, em 1989, a companhia passou por uma revolução. De uma cervejaria combalida, que sequer conseguia ultrapassar a rival Antarctica, passou a empresa de classe mundial. Entre suas características mais marcantes estão a busca incansável pelo resultado, pouco apego à hierarquia e muita informalidade. Não é à toa que a idade média dos funcionários da empresa é de 30 anos gente motivada por metas agressivas e bônus milionários. A busca quase obsessiva por melhorias se traduz em números:

  • Em 1989, a produtividade da Brahma era de 1200 hectolitros por funcionários. Hoje, o índice da AmBev é quase sete vezes maior;

  • O crescimento médio anual da companhia é de quase 21%;

  • A margem operacional da AmBev é superior a 35%, a maior entre as cervejarias de todo o mundo. 

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