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A despedida do chefão de Detroit

ou pelo menos começa a dar -- novamente a volta por cima. O americano Jack Smith, chairman da General Motors, é quase uma personificação da trajetória da montadora. Smith é um veterano de 42 anos de GM -- os últimos 15 em posições executivas na matriz. Neste ano, ele passará o bastão de chairman para […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

ou pelo menos começa a dar -- novamente a volta por cima. O americano Jack Smith, chairman da General Motors, é quase uma personificação da trajetória da montadora. Smith é um veterano de 42 anos de GM -- os últimos 15 em posições executivas na matriz. Neste ano, ele passará o bastão de chairman para o atual presidente mundial Rick Wagoner.

Smith é o mentor de Wagoner desde que o recrutou da presidência da subsidiária brasileira para ser seu braço direito em Detroit, nos Estados Unidos, onde está instalado o QG da empresa, que faturou 177 bilhões de dólares em 2001. No Brasil, Smith esteve intimamente ligado ao lançamento do Celta e, principalmente, à concepção do modelo de produção, em Gravataí, Rio Grande do Sul, considerado um modelo para a empresa em todo o mundo. De passagem pelo país, ele concedeu hoje (14/2) uma entrevista, cujos trechos mais importes estão a seguir.

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ou pelo menos começa a dar -- novamente a volta por cima. O americano Jack Smith, chairman da General Motors, é quase uma personificação da trajetória da montadora. Smith é um veterano de 42 anos de GM -- os últimos 15 em posições executivas na matriz. Neste ano, ele passará o bastão de chairman para o atual presidente mundial Rick Wagoner.

Smith é o mentor de Wagoner desde que o recrutou da presidência da subsidiária brasileira para ser seu braço direito em Detroit, nos Estados Unidos, onde está instalado o QG da empresa, que faturou 177 bilhões de dólares em 2001. No Brasil, Smith esteve intimamente ligado ao lançamento do Celta e, principalmente, à concepção do modelo de produção, em Gravataí, Rio Grande do Sul, considerado um modelo para a empresa em todo o mundo. De passagem pelo país, ele concedeu hoje (14/2) uma entrevista, cujos trechos mais importes estão a seguir.

Como não cair no ostracismo

"No início da década de 90, a GM entrou em crise e esteve à beira da bancarrota. O motivo é que fomos lentos para reconhecer a necessidade de mudança. Antes disso, em meados dos anos 80, percebíamos que algo precisava mudar, ninguém sabia exatamente o que era, mas o conforto da liderança e dos bons resultados limitam a capacidade de mudar de rumo rapidamente. A questão é que, muitas vezes, isso é necessário. Se há alguma receita para evitar o ostracismo, é comparar o seu desempenho com o dos concorrentes. Mesmo que hoje você seja o líder."

Capacidade de inovação é vital

"Conseguimos reverter os números no balanço, mas ainda há alguns aspectos em que precisamos melhorar. Um deles é o lançamento de novos modelos, especialmente no caso dos carros pequenos. Somos líderes em pickups. Neste ano, vamos investir 2 bilhões de dólares para lançar modelos nesse segmento e atingir consumidores mais jovens. Esse é provavelmente um dos maiores desafios que temos, principalmente nos Estados Unidos. O executivo à frente dessa mudança hoje é Robert Lutz, vice-chairman de desenvolvimento de produto."

Forasteiros na GM

"Lutz, ex-executivo da Chrysler, é um dos forasteiros na GM, uma empresa que tradicionalmente sempre criou seus próprios executivos. O outro é John Devine, ex-executivo da Ford e atual vice-chairman e principal executivo financeiro. Normalmente a contratação de executivos de fora para assumir postos como esse provocam um choque de cultura. Mas era justamente disso que nós precisávamos."

Produtividade das fábricas

"É um fator crucial para sermos bem-sucedidos em várias frentes -- qualidade, eficiência logística, custos. Nem todas as nossas fábricas se comparam às japonesas, que são benchmarks em produtividade. A fábrica brasileira de Gravataí, no Rio Grande do Sul, é um exemplo das que sim."

O exemplo do Celta

"O Celta é exemplar para a GM mundial pela sua produção modular e pelas vendas pela internet, que ajudam a baixar o preço dos carros. Toda a corporação está se movendo nessa direção, mas ainda não há outro caso tão relevante quanto o de Gravataí."

A GM brasileira no vermelho

"Para tentar se afastar dos efeitos negativos dos altos e baixos do mercado local, a subsidiária tem se empenhado numa política de exportação. Considero uma política sustentável e uma boa saída. Perdemos dinheiro com a operação brasileira há cinco anos e, em 2003, esperamos reverter os resultados e registrar lucro. É uma meta, mas sabemos que há uma distância entre o planejamento e os resultados no final do ano -- principalmente porque eles estão fortemente condicionados a fatores externos, como o humor da economia."

As encrencas da Fiat

"Tínhamos, nos últimos anos, acordos com a Fiat. Mas não temos informações e nem podemos interferir nos negócios da empresa. Quanto aos problemas que eles têm enfrentado, adotamos a política de não fazer comentários."

Aposentadoria

"Aposento-me com tranqüilidade porque deixo a GM em boas mãos. Tenho a segurança de que Rick Wagoner sabe exatamente o que fazer para a GM crescer."

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