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2ª maior refinaria da Petrobras deve parar na semana que vem

Localizada no Recôncavo Baiano, a Rlam tem produção diária de 323 mil barris de derivados e atende principalmente os estados da Bahia e Sergipe

Petrobras: a unidade estaria trabalhando com apenas 51% da sua capacidade (Ricardo Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 18h01.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2018 às 18h02.

Rio - O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) informou em seu site que a refinaria Landulpho Alves - Mataripe (Rlam), segunda maior do Brasil, deve iniciar sua parada de produção na próxima semana. O corte de carga da U-32, principal unidade de destilação da refinaria, está previsto para terça, dia 20.

Localizada no Recôncavo Baiano, a Rlam tem produção diária de 323 mil barris de derivados e atende principalmente os estados da Bahia e Sergipe, além de outros estados da região Norte e Nordeste. Alguns produtos são exportados para Estados Unidos, Argentina e países da Europa.

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Segundo o diretor do Sindipetro-BA Ivo Saraiva, porém, a unidade estaria trabalhando com apenas 51% da sua capacidade e sem lugar para estocar derivados, por isso a Petrobras decidiu parar a produção.

"O mínimo para a refinaria operar em segurança são 145 mil barris diários e está quase chegando lá, porque não tem mais onde estocar diesel, por isso vão parar, perderam espaço para a importação", informou Saraiva, que trabalha na Rlam. Ele explica que desde que a Petrobras começou a aplicar paridade de preços dos seus derivados em relação ao mercado internacional vem perdendo terreno para importadores de combustíveis, principalmente diesel e gasolina.

De acordo com Saraiva, em 2016 o mercado baiano de derivados era atendido em apenas 4% do total consumido por importação.

Em dezembro de 2017, esse volume seria o correspondente a 22% do mercado. O sindicato convocou assembleia para o dia 20, primeiro dia da parada de produção, para decidir o que poderão fazer em relação à refinaria e exigir mais esclarecimentos da empresa.

Ele alerta que geralmente as paradas programadas ocorrem de 6 em 6 anos. No caso da Rlam, a última foi feita há apenas dois anos, disse o diretor.

"Não é uma parada programada normal, eles vêm reduzindo a carga processada de dois anos para cá, nunca vi uma empresa abrir mercado para os próprios concorrentes", criticou Saraiva, referindo-se à paridade de preços com o mercado internacional que vem aumentando o volume importado.

Procurada, a Petrobras não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.

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