A Anistia Internacional acusou três das maiores companhia de internet do mundo - Yahoo, Microsoft e Google - de negligência quanto aos cumprimentos dos direitos humanos a fim de obter um mercado online mais dinâmico na China, publicou nesta quinta-feira (20/7) o jornal britânico Financial Times . Em um relatório a ser divulgado na próxima semana, a Organização dos Direitos Humanos afirma que "as três companhias facilitaram ou participaram, de diferentes formas, de práticas de censura promovidas pelo governo chinês. Enquanto as empresas estiverem sob pressão dos acionistas para elevar os lucros e esperarem uma presença lucrativa no mercado, elas não serão absolvidas de suas responsabilidades em relação aos direitos humanos".

Em resposta às acusações da Anistia Internacional, Yahoo, Microsoft e Google afirmam que a presença das companhias no país beneficia os internautas chineses, conferindo-lhes maior acesso à informação e promovendo o desenvolvimento da internet. Argumentaram, ainda, que estão sendo obrigadas a seguir certas leis para poder operar na China.

A Anistia Internacional, no entanto, desconsiderou a justificativa afirmando que "nenhuma das empresas especificou quais seriam as leis que estariam sendo obrigadas a seguir".

As maiores críticas foram direcionadas ao Yahoo, acusado de cooperar com as autoridades chinesas contra dois usuários de e-mail: os jornalistas Shi Tao - preso por revelar informações sobre o controle da mídia em Pequim - e Li Zhi, preso por criticar oficialmente o governo na internet. O Yahoo se pronunciou afirmando que não teve escolha senão ajudar o governo, já que o controle das operações no país estão nas mãos de uma empresa local que claramente tem o prazer de cooperar com a polícia.