WWF: Desmatamento da Amazônia nos países andinos é alarmante
Mesmo com uma redução significativa, em comparação com outros países da América do Sul, o Brasil ainda está no topo do ranking de desmatamento no mundo
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 16h47.
Brasília - Nos últimos dez anos, o Brasil tem dedicado esforços contra o desmatamento na Amazônia, com avanços em políticas públicas, mecanismos e sistemas de proteção da floresta tropical. Entretanto, permanecem alarmantes o desmatamento e a degradação florestal em países vizinhos que compartilham o bioma, como Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, de acordo com alerta da WWF Brasil.
Em relatório divulgado hoje (9), a organização não governamental destaca que foram identificadas 25 frentes de desmatamento na região, com aumento da perda florestal nos países andinos. Enquanto, em 2001, o desmatamento no Brasil representou 81% do total desmatado no bioma, em 2012 a proporção caiu para 44%.
"Deste modo, os avanços brasileiros, no que se refere à queda do desmatamento de florestas da Amazônia , foram perversamente compensados pelo crescimento da destruição das florestas amazônicas em outros países", apontou o documento.
A WWF ressaltou, porém, que apesar da redução significativa, o Brasil ainda figura no topo do ranking de desmatamento no mundo, com a supressão de 4.571 km² de florestas em 2012, que aumentaram para 5.891 km² em 2013. "A indicação de uma retomada da elevação das taxas de desmatamento, em 2014, exige atenção ainda maior para o assunto", acrescenta o relatório.
O coordenador do Programa Amazônia WWF Brasil, Marco Lentini, lembrou que o desmatamento ainda é visto por muitos como um simples problema de cunho ambiental quando, na verdade, é um assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território e à economia, por exemplo.
“O desmatamento na Amazônia teve dois picos importantes, em 1995 e 2004. Perdemos algo em torno de 400 mil km² desmatados desde 1988. É uma grande mazela brasileira, já que perdemos pelo menos 19% da Amazônia”, disse. “Tivemos redução muito significativa, mas ainda temos grandes desafios”, ressaltou Lentini.
Das recomendações do relatório, ele destacou que as prioridades são manter a atenção e estimular a vontade política de combate e prevenção ao desmatamento; enfrentar o desafio, incentivar e promover as integrações; e investigar e decifrar as cadeias de relações causais de desmatamento para orientar o planejamento, conforme situações específicas de prevenção e combate.
A WWF Brasil também recomenda incentivar a legalidade e combater as fragilidades institucionais e normativas que abrem espaço para a impunidade; incentivar e intensificar a formação e consolidação de cadeias produtivas sustentáveis; e implementar e buscar aprimoramento de sistemas de monitoramento da cobertura florestal.
Para André Dias, da Iniciativa Amazônia Viva, o documento deve servir de estímulo e oportunidade para que os demais países que abrigam a Amazônia possam instituir e fortalecer políticas públicas de controle do desmatamento.
Brasília - Nos últimos dez anos, o Brasil tem dedicado esforços contra o desmatamento na Amazônia, com avanços em políticas públicas, mecanismos e sistemas de proteção da floresta tropical. Entretanto, permanecem alarmantes o desmatamento e a degradação florestal em países vizinhos que compartilham o bioma, como Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, de acordo com alerta da WWF Brasil.
Em relatório divulgado hoje (9), a organização não governamental destaca que foram identificadas 25 frentes de desmatamento na região, com aumento da perda florestal nos países andinos. Enquanto, em 2001, o desmatamento no Brasil representou 81% do total desmatado no bioma, em 2012 a proporção caiu para 44%.
"Deste modo, os avanços brasileiros, no que se refere à queda do desmatamento de florestas da Amazônia , foram perversamente compensados pelo crescimento da destruição das florestas amazônicas em outros países", apontou o documento.
A WWF ressaltou, porém, que apesar da redução significativa, o Brasil ainda figura no topo do ranking de desmatamento no mundo, com a supressão de 4.571 km² de florestas em 2012, que aumentaram para 5.891 km² em 2013. "A indicação de uma retomada da elevação das taxas de desmatamento, em 2014, exige atenção ainda maior para o assunto", acrescenta o relatório.
O coordenador do Programa Amazônia WWF Brasil, Marco Lentini, lembrou que o desmatamento ainda é visto por muitos como um simples problema de cunho ambiental quando, na verdade, é um assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território e à economia, por exemplo.
“O desmatamento na Amazônia teve dois picos importantes, em 1995 e 2004. Perdemos algo em torno de 400 mil km² desmatados desde 1988. É uma grande mazela brasileira, já que perdemos pelo menos 19% da Amazônia”, disse. “Tivemos redução muito significativa, mas ainda temos grandes desafios”, ressaltou Lentini.
Das recomendações do relatório, ele destacou que as prioridades são manter a atenção e estimular a vontade política de combate e prevenção ao desmatamento; enfrentar o desafio, incentivar e promover as integrações; e investigar e decifrar as cadeias de relações causais de desmatamento para orientar o planejamento, conforme situações específicas de prevenção e combate.
A WWF Brasil também recomenda incentivar a legalidade e combater as fragilidades institucionais e normativas que abrem espaço para a impunidade; incentivar e intensificar a formação e consolidação de cadeias produtivas sustentáveis; e implementar e buscar aprimoramento de sistemas de monitoramento da cobertura florestal.
Para André Dias, da Iniciativa Amazônia Viva, o documento deve servir de estímulo e oportunidade para que os demais países que abrigam a Amazônia possam instituir e fortalecer políticas públicas de controle do desmatamento.