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Para WSJ, políticas de Obama são parte do problema nos EUA

Em editorial, jornal diz que volta do pessimismo nas últimas semanas seria um sinal de que novo governo não está atuando corretamente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O fim de 2008 trouxe certa melhora para os mercados globais, com a perspectiva de que uma recuperação pudesse ser vista ainda este ano. Tanto é que o índice Dow Jones encerrou a primeira sessão de 2009 em seu maior nível desde que a crise se acentuou em setembro. A volta da turbulência observada nas últimas sessões passa a ser conseqüência também da política de Obama, segundo afirmou o Wall Street Journal em editorial.

O jornal defendeu que está claro o fato de que as políticas econômicas de Obama ainda não atingiram o alvo, e, apesar do espírito esperançoso dos americanos ao receber o presidente, as incertezas voltam a pairar sobre o cenário nacional e mundial.

"Penalizando os negócios por esbanjar recursos públicos nacionais, sua equipe está criando mais incerteza e menos confiança - e, portanto, um período mais longo de recessão ou fraco crescimento", reforçou.

O WSJ afirmou que os democratas em Washington estão em uma posição muito confortável porque poderão culpar o presidente Bush pelas notícias econômicas ruins, ignorando que, já com 15 meses de duração, a recessão já se mostra bem mais grave que as anteriores.

Perspectivas de recuperação

Para o jornal, fontes de uma possível recuperação já podem ser vistas e devem levar à melhora de cenário a não ser que políticas destrutivas interfiram. Por exemplo, o mundo já estaria mergulhado novamente em liquidez, graças a cortes nas taxas básicas de juros de bancos centrais ao redor do planeta, mesmo com os desafios no setor financeiro. Tais reduções, mais cedo ou mais tarde, devem impulsionar a economia.

Por isso, na visão da publicação, o motivo do pessimismo observado nas últimas semanas vem da perspectiva de aprofundamento da recessão trazida pelo mau desempenho das bolsas pelo mundo, já que não houve mais surpresas tão negativas prejudicando o cenário.

A novidade, afirmou, é a inauguração do mandato de Obama, que optou por gastar o estoque de capital disponível para distribuir renda, não promovendo as medidas necessárias para a volta do crescimento, como era esperado.

"A maior parte de seus gastos em estímulo foi destinada a programas sociais, ao invés de trabalhos públicos, e quase todos os cortes no juro básico foram devotados a manter a receita ao invés de melhorar incentivos a investir", disse.

Falta de direção

O WSJ avaliou também que certas medidas tomadas pelo governo dos Estados Unidos não tiveram uma direção clara e bem definida, como foi o caso do quarto resgate recebido pela AIG e a reestruturação do Citigroup.

"O mercado caiu notavelmente desde que Obama apresentou seu orçamento na última semana, e isso não deve ser surpresa. O documento foi uma declaração de hostilidade aos capitalistas por meio da economia", explicou.

Foi destacado ainda que o Congresso exige mais empréstimos bancários mesmo que ataque e intimide a repactuação de contratos de hipoteca. O jornal defendeu que os parlamentares estão punindo os capitalistas essenciais para uma recuperação econômica sustentável. Como resultado, veio mais turbulência e o medo visto em 2008 de que uma recessão mais profunda se crie voltou. "Isto não é jeito de fomentar uma economia ferida".

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