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Washington mantém distância com Caracas perto das eleições

O clima de tensão se intensificou depois que Caracas levantou a hipótese de o câncer de Chávez ter sido causado pelo "Império", em referência aos EUA

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 19h44.

Washington - As relações entre Washington e Caracas continuam frias após as acusações do governo venezuelano de que os Estados Unidos estariam por trás de planos para desestabilizar o país sul-americano, poucos dias antes das eleições venezuelanas após o falecimento de Hugo Chávez.

Desde o anúncio da convocação do novo pleito presidencial na Venezuela, em 9 de março, o clima de tensão se intensificou depois que Caracas levantou a hipótese de o câncer de Chávez ter sido causado pelo "Império", em referência aos EUA.

Anteriormente, em 5 de março, pouco antes do anúncio do falecimento de Chávez, a Venezuela expulsou dois adidos militares da embaixada americana em Caracas sob a acusação de terem proposto "projetos desestabilizadores" a militares venezuelanos.

Washington deu o troco seis dias depois e expulsou dois diplomatas da Venezuelana.

A seguir, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou em meados de março a suspensão das conversas que haviam sido iniciadas em novembro com os EUA para normalizar as relações entre os dois países, congeladas desde 2010.

Desde então, os EUA tentaram acalmar os ânimos, deixando claro seu interesse em não entrar em uma escalada de acusações mútuas. Washington se limitou a "rejeitar categoricamente" essas acusações e expressou sua "decepção" pela ruptura das conversas.

Após a retirada de seus embaixadores em 2010, os contatos não foram retomados até que, no fim de 2012, a secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, fez uma ligação para o então vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Apesar de ambas as partes confirmarem uma série de encontros de funcionários de média categoria, foi o próprio Maduro, já como presidente interino, quem decidiu suspendê-las de novo.

Alguns analistas interpretaram essa medida como parte da tentativa de Maduro, candidato chavista que enfrentará o opositor Henrique Capriles no próximo domingo, de reafirmar seu "antiamericanismo".


"Maduro tem de mostrar lealdade total a Chávez, e Chávez sempre mostrou abertamente seu 'antiamericanismo', pelo qual não resta a Maduro muito espaço para manobrar nesse sentido", indicou à Agência Efe Eric Farnsworth, vice-presidente do centro de estudos Council of the Americas, com sede em Washington.

Quanto a essa situação, os EUA "estão caminhando por uma linha tênue, estão respondendo apenas às declarações mais graves, e sempre com autoridades mais baixas, nunca com o secretário de Estado ou a Casa Branca", acrescentou Farnsworth.

À margem da retórica incendiária, discorre o pragmático e rentável comércio do petróleo. Apesar de ter ocorrido um leve descenso nas importações do país caribenho, a Venezuela continua sendo um dos principais exportadores de petróleo aos EUA.

Com cerca de 32 milhões de barris mensais no fechamento de 2012, a Venezuela é a terceira maior fornecedora dos EUA, atrás apenas de Canadá e Arábia Saudita.

Nesse contexto, e com óbvios interesses de ambas as partes, tanto Caracas como Washington tentam deixar esse comércio fora da arena política. Para os EUA, o petróleo venezuelano continua sendo uma fonte confiável e próxima de provisões; para a Venezuela, Washington é um dos poucos clientes que continuam "pagando com dólares e a preço de mercado", em palavras de Farnsworth.

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Washington - As relações entre Washington e Caracas continuam frias após as acusações do governo venezuelano de que os Estados Unidos estariam por trás de planos para desestabilizar o país sul-americano, poucos dias antes das eleições venezuelanas após o falecimento de Hugo Chávez.

Desde o anúncio da convocação do novo pleito presidencial na Venezuela, em 9 de março, o clima de tensão se intensificou depois que Caracas levantou a hipótese de o câncer de Chávez ter sido causado pelo "Império", em referência aos EUA.

Anteriormente, em 5 de março, pouco antes do anúncio do falecimento de Chávez, a Venezuela expulsou dois adidos militares da embaixada americana em Caracas sob a acusação de terem proposto "projetos desestabilizadores" a militares venezuelanos.

Washington deu o troco seis dias depois e expulsou dois diplomatas da Venezuelana.

A seguir, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou em meados de março a suspensão das conversas que haviam sido iniciadas em novembro com os EUA para normalizar as relações entre os dois países, congeladas desde 2010.

Desde então, os EUA tentaram acalmar os ânimos, deixando claro seu interesse em não entrar em uma escalada de acusações mútuas. Washington se limitou a "rejeitar categoricamente" essas acusações e expressou sua "decepção" pela ruptura das conversas.

Após a retirada de seus embaixadores em 2010, os contatos não foram retomados até que, no fim de 2012, a secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, fez uma ligação para o então vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Apesar de ambas as partes confirmarem uma série de encontros de funcionários de média categoria, foi o próprio Maduro, já como presidente interino, quem decidiu suspendê-las de novo.

Alguns analistas interpretaram essa medida como parte da tentativa de Maduro, candidato chavista que enfrentará o opositor Henrique Capriles no próximo domingo, de reafirmar seu "antiamericanismo".


"Maduro tem de mostrar lealdade total a Chávez, e Chávez sempre mostrou abertamente seu 'antiamericanismo', pelo qual não resta a Maduro muito espaço para manobrar nesse sentido", indicou à Agência Efe Eric Farnsworth, vice-presidente do centro de estudos Council of the Americas, com sede em Washington.

Quanto a essa situação, os EUA "estão caminhando por uma linha tênue, estão respondendo apenas às declarações mais graves, e sempre com autoridades mais baixas, nunca com o secretário de Estado ou a Casa Branca", acrescentou Farnsworth.

À margem da retórica incendiária, discorre o pragmático e rentável comércio do petróleo. Apesar de ter ocorrido um leve descenso nas importações do país caribenho, a Venezuela continua sendo um dos principais exportadores de petróleo aos EUA.

Com cerca de 32 milhões de barris mensais no fechamento de 2012, a Venezuela é a terceira maior fornecedora dos EUA, atrás apenas de Canadá e Arábia Saudita.

Nesse contexto, e com óbvios interesses de ambas as partes, tanto Caracas como Washington tentam deixar esse comércio fora da arena política. Para os EUA, o petróleo venezuelano continua sendo uma fonte confiável e próxima de provisões; para a Venezuela, Washington é um dos poucos clientes que continuam "pagando com dólares e a preço de mercado", em palavras de Farnsworth.

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