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Violência no Sudão do Sul deixa mais de 400 mortos

Outras 800 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre tropas leais ao presidente Salva Kiir e combatentes ligados a um líder opositor

Civis chegam às instalações da ONU nos arredores de Juba: cerca de 15 mil pessoas buscaram abrigo nas instalações da ONU (George Mindruta/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 06h54.

Nova York - Entre 400 e 500 corpos foram levados para hospitais de Juba, capital do Sudão do Sul , após confrontos entre facções rivais, informou nesta terça-feira um funcionário da ONU ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O chefe da missão de paz, Hervé Ladsous, revelou que outras 800 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre tropas leais ao presidente Salva Kiir e combatentes ligados a um líder opositor - de acordo com diplomatas no conselho de consultas fechado sobre a nova crise na África.

Ladsous afirmou que o número é baseado em informações fornecidas pelos hospitais de Juba. A ONU ainda não confirmou o balanço, devido aos novos confrontos desta terça.

Tiros e explosões foram ouvidos nesta terça-feira, apesar do cessar-fogo decretado às 18H00 local (12H00 Brasília). Confrontos continuavam sendo registrados em vários bairros da cidade, onde a população tentava fugir com medo dos combates, segundo um jornalista da AFP.

Cerca de 15 mil pessoas buscaram abrigo nas instalações da ONU, na periferia de Juba, desde que os conflitos explodiram no domingo, afirmou o funcionário.

Juba se mantém em um clima "extremamente tenso" e parece que os confrontos envolveram diferentes grupos étnicos - disse Ladsous ao Conselho de Segurança.

Salva Kiir é acusado pelas tropas leais ao ex-vice-presidente Riek Machar de estar fomentando um golpe de Estado no país. O governo informou que dez autoridades, incluindo ex-ministros, foram detidas, mas Riek Machar está foragido.

Em julho, o presidente Kiir demitiu seu vice e todo o governo, em meio a rivalidades entre os dois homens e dissensões dentro do regime, formado por ex-rebeldes do sul.

Ele está no poder desde um acordo de paz assinado com Cartum em 2005, que terminou com décadas de guerra civil e levou à independência do Sudão do Sul em julho de 2011.

Salva Kiir é da etnia Dinka, e Riek Machar é Nuer, e a população teme agora confrontos entre as duas comunidades.

Fontes humanitárias relataram episódios de violência de militares contra membros da comunidade Nuer em Juba.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou com Salva Kiir nesta terça e lhe pediu que ofereça "diálogo" à oposição. Ki-moon também conversou com o presidente do vizinho Uganda, Yoweri Museveni, sobre o assunto - acrescentaram os funcionários.

Ban Ki-moon expressou sua "preocupação" com os "relatórios sobre ataques contra membros de algumas comunidades", revelou o porta-voz da ONU Martin Nesirky, acrescentando que "todos os civis devem ser protegidos, não importa sua etnia".

O enviado especial dos Estados Unidos no Sudão e no Sudão do Sul, Donald Booth, declarou nesta terça à BBC que "a situação em Juba permanece claramente tensa e incerta".

"Nós continuamos a reunir diferentes elementos e peças de informação, por isso é um pouco prematuro dizer exatamente o que provocou a violência. Sabemos que há tensões crescentes, devido a divergências" dentro do partido no poder.

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Nova York - Entre 400 e 500 corpos foram levados para hospitais de Juba, capital do Sudão do Sul , após confrontos entre facções rivais, informou nesta terça-feira um funcionário da ONU ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O chefe da missão de paz, Hervé Ladsous, revelou que outras 800 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre tropas leais ao presidente Salva Kiir e combatentes ligados a um líder opositor - de acordo com diplomatas no conselho de consultas fechado sobre a nova crise na África.

Ladsous afirmou que o número é baseado em informações fornecidas pelos hospitais de Juba. A ONU ainda não confirmou o balanço, devido aos novos confrontos desta terça.

Tiros e explosões foram ouvidos nesta terça-feira, apesar do cessar-fogo decretado às 18H00 local (12H00 Brasília). Confrontos continuavam sendo registrados em vários bairros da cidade, onde a população tentava fugir com medo dos combates, segundo um jornalista da AFP.

Cerca de 15 mil pessoas buscaram abrigo nas instalações da ONU, na periferia de Juba, desde que os conflitos explodiram no domingo, afirmou o funcionário.

Juba se mantém em um clima "extremamente tenso" e parece que os confrontos envolveram diferentes grupos étnicos - disse Ladsous ao Conselho de Segurança.

Salva Kiir é acusado pelas tropas leais ao ex-vice-presidente Riek Machar de estar fomentando um golpe de Estado no país. O governo informou que dez autoridades, incluindo ex-ministros, foram detidas, mas Riek Machar está foragido.

Em julho, o presidente Kiir demitiu seu vice e todo o governo, em meio a rivalidades entre os dois homens e dissensões dentro do regime, formado por ex-rebeldes do sul.

Ele está no poder desde um acordo de paz assinado com Cartum em 2005, que terminou com décadas de guerra civil e levou à independência do Sudão do Sul em julho de 2011.

Salva Kiir é da etnia Dinka, e Riek Machar é Nuer, e a população teme agora confrontos entre as duas comunidades.

Fontes humanitárias relataram episódios de violência de militares contra membros da comunidade Nuer em Juba.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou com Salva Kiir nesta terça e lhe pediu que ofereça "diálogo" à oposição. Ki-moon também conversou com o presidente do vizinho Uganda, Yoweri Museveni, sobre o assunto - acrescentaram os funcionários.

Ban Ki-moon expressou sua "preocupação" com os "relatórios sobre ataques contra membros de algumas comunidades", revelou o porta-voz da ONU Martin Nesirky, acrescentando que "todos os civis devem ser protegidos, não importa sua etnia".

O enviado especial dos Estados Unidos no Sudão e no Sudão do Sul, Donald Booth, declarou nesta terça à BBC que "a situação em Juba permanece claramente tensa e incerta".

"Nós continuamos a reunir diferentes elementos e peças de informação, por isso é um pouco prematuro dizer exatamente o que provocou a violência. Sabemos que há tensões crescentes, devido a divergências" dentro do partido no poder.

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